(UOL/FOLHAPRESS) - Alisson se transformou em dois anos no São Paulo. Ele chegou ao clube como meia-atacante, foi recuado e se encontrou como volante sob o comando de Dorival Jr. Hoje, encanta Zubeldía e já conta com "lobby" de Calleri por uma vaga na seleção brasileira.

Alisson continua se destacando mesmo com as trocas no comando e se consolidou com o novo treinador. O jogador de 30 anos participou de oito das nove partidas com Zubeldía.

A única ausência ocorreu quando o time encarou o Águia, em Belém, pela ida da terceira fase da Copa do Brasil.

Ele só não foi titular em um jogo que esteve à disposição do técnico argentino — justamente contra o time paraense, mas no duelo de volta. Em todos os outros compromissos, atuou durante 90 minutos e impressionou. Na última quarta (29), Alisson foi novamente um dos melhores em campo na vitória são-paulina diante do Talleres, que confirmou a classificação em primeiro do grupo na Libertadores.

As atuações renderam elogios de Zubeldía. O comandante exaltou a reinvenção do atleta ainda na "era Dorival" e destacou a importância do hoje 2º volante em campo. Em outros times e até em seu início no Tricolor, Alisson jogou como ponta e meia-atacante.

"Creio que é um bom acerto de Dorival com a reinvenção do Alisson. Ele faz um trabalho tático, sobretudo no último terço ocupando espaços intersetoriais com Bobadilla, muito importante. Tratamos de trabalhá-lo muito para que as expectativas de gols dos adversários sejam menores e estamos conseguindo. Exige muita concentração e ele está indo muito bem", disse Zubeldía.

Os companheiros também se rendem a Alisson, e Calleri até fez lobby por uma vaga na seleção brasileira. Após o jogo, o atacante argentino "invadiu" a entrevista de Alisson e pediu a convocação do meio-campista para o técnico da seleção, Dorival — que, coincidência ou não, é o ex-comandante responsável por toda a mudança.

"Craque, craque. É seleção. Dorival, chama ele", disse Calleri.

Alisson já revelou que a mudança de posição surgiu após conversa com a comissão técnica de Dorival. Ao UOL, o jogador contou que disse não estar confortável em jogar no ataque, mas que se surpreendeu com o novo posicionamento. Nem ele esperava que daria tão certo.

"Eu confesso que nunca imaginei jogar como segundo volante. Isso tudo nasceu em uma conversa que tive com o Lucas Silvestre [filho e auxiliar de Dorival]. Falei pra ele que não estava me sentindo confortável jogando como atacante. Expliquei que eu não tenho a característica do drible, do um pra um, e que sabia que o elenco tinha jogadores mais qualificados para isso", disse Alisson ao UOL após o título da Copa do Brasil de 2023.

"No dia seguinte, Dorival montou duas equipes e me colocou de volante no time alternativo. (...) Os dois viram em mim algo que nem eu vi. Nem eu sabia que poderia contribuir tanto assim", disse Alisson.