“Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu canto”, cravou Belchior. O multi-facetado legado do artista cearense, falecido em 2017, guarda imparidades: ao mesmo tempo que suas canções trazem caráter existencialista e contestador, também têm raízes românticas e profundas. Daí o nome “Amar e Mudar as Coisas – Canções de Belchior”, show que acontece nesta sexta-feira (17), no Sesc Palladium, e reúne Karina Buhr, Marisa Orth e Taciana Barros.
dealizadora do projeto, Taciana conta que a ideia partiu de um convite feito pela editora Todavia, à época do lançamento da biografia “Belchior – Um Rapaz Latino-americano”, de Jotabê Medeiros. “Eles me convidaram para uma apresentação no lançamento do livro e fiquei muito feliz, ele sempre me influenciou. Fui pesquisando esse gigantesco universo e entendendo como ele compunha, buscando a canção pura, que evidenciava seu talento como letrista”, diz.
Feita a pesquisa e definidos os arranjos, Taciana convidou Karina Buhr e, posteriormente, Marisa Orth para a empreitada. “Dividi as músicas com a Karina, mas senti falta de outra presença feminina. A princípio, chamei a Ana Cañas, que fez alguns shows e foi ótimo. Depois, veio a Marisa Orth, que tem um jeito lindo de cantar”, afirma.
Assim, as três artistas se revezam no palco: Karina canta “A Palo Seco”, “Medo de Avião”, “Fotografia 3x 4” e “Sujeito de Sorte”; Marisa fica com “Como Nossos Pais”, “Velha Roupa Colorida” e “Hora do Almoço”; e Taciana interpreta “Divina Comédia Humana”, “Comentários a Respeito de John”, “Paralelas” e “Antes do Fim”. “Cantamos juntas ‘Alucinação’ e Natalia Barros lê e recita textos da biografia. Foi muito prazeroso preparar esse show. A poesia dele está ali, na cara”, diz Karina Buhr. “Agora, queremos que esse nosso canto torto, feito faca, corte a carne dos mineiros”, instiga Taciana.
Serviço: “Amar e Mudar as Coisas – As Canções de Belchior”. Hoje, às 21h, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046 – Centro). Ingressos: de R$ 16 a R$ 60.