Capital mineira será a primeira cidade brasileira a receber 'Ovo', espetáculo dirigido pela coreógrafa Deborah Colker
São Paulo. Dez anos depois de sua estreia no Canadá, em 2009 – e depois de ser visto por 5 milhões de pessoas em países como Estados Unidos, Suíça, Rússia e China –, “Ovo”, do Cirque du Soleil, chega enfim ao país que é sua fonte de inspiração. Criado pela coreógrafa carioca Deborah Colker, o espetáculo estreia no país em Belo Horizonte. A capital mineira receberá “Ovo” dos dias 7 a 17 de março de 2019, no ginásio do Mineirinho. Os ingressos custam de R$ 130 (setor 3, meia) a R$ 550 (premium) e, o público em geral, poderá adquiri-los a partir de 29 de novembro. Clientes Bradesco podem participar de uma pré-venda a partir desta terça-feira (6), com desconto de 20%. O banco é o principal parceiro do espetáculo no Brasil.
Com a trilha sonora criada pelo compositor Berna Ceppas (parceiro musical de Colker desde os anos 90) passando por várias fases da música brasileira (da bossa nova ao samba, xaxado e funk), e cenário de Gringo Cardia, o espetáculo conta a história de uma comunidade de insetos que recebe com alguma desconfiança um ovo “misterioso”.
Na coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (5), em São Paulo, Deborah contou ter recebido a proposta de ser a primeira mulher a dirigir um espetáculo do Cirque du Soleil em 2006, quando o criador da companhia canadense, Guy Laliberté, viu a parede da peça “Velox”. “Ele gostou da maneira como eu trabalhava o movimento na vertical e como a dança contava uma história, trazendo significados, não sendo apenas abstrata”, revela a coreógrafa carioca.
Deborah, então, propôs a ideia do ecossistema, “uma maneira bacana de relacionar técnicas de circo com as famílias de insetos”. O casting dos artistas, segundo ela, foi um dos momentos mais especiais do processo de criação. Em “Ovo”, são 50 deles, de 14 países, incluindo quatro brasileiros, entre eles a carioca Neiva Nascimento e a baiana Julia Tazie.
A coreógrafa afirma ter crescido muito com o projeto (era o seu maior até então; em 2016, ela foi diretora de movimento da Olimpíada no Rio). “Quando começamos, me lembro de estar no estúdio ensaiando, e cada um dos atores tinha um tradutor. Quando eu pedia para todo mundo ficar quieto, eles já estavam, na verdade, em silêncio. Essa Babel foi um aprendizado”, comenta. “Foi um processo de criação muito rico e intenso, e eu levei isso para os próximos trabalhos também”, garante Deborah.
Público
A coreógrafa está ansiosa por saber a reação da plateia brasileira à sua criação – concebida a partir de um olhar brasileiro, não só o dela, mas também de Cardia e Ceppas. “Adoro o público, já fui inclusive atacada por isso. O próprio Cirque é muito questionado artisticamente”, afirma Deborah, ressaltando que a trupe nunca teve críticas tão boas em Londres quanto as de “Ovo”, que estreou na Inglaterra em janeiro. “Tenho amigos e familiares que disseram que eu estava me vendendo quando aceitei o convite pro ‘Ovo’. Mas sempre fui pop. Isso fica menos claro em trabalhos mais recentes, como ‘Cão sem Plumas’, mas que num certo sentido também é pop ao misturar cinema, poesia, dança, música. Tenho um público diversificado, que no Brasil inclui enfermeiras, taxistas, seguranças”. (Com agências)
Companhia tem série no Discovery
São Paulo. Fundado em 1984 por dois artistas de rua em Montreal, no Canadá, o Cirque du Soleil já é o maior produtor de espetáculos ao vivo do mundo. Com a aquisição de outras empresas e a produção de conteúdo para diversas mídias, o Groupe Cirque du Soleil está em vias de se tornar um grande conglomerado do entretenimento, à imagem de gigantes como a Disney ou a Nickelodeon.
“Big Top Academy”, que pode ser vista no Discovery Kids, é a primeira série com atores coproduzida pelo Cirque.
A repórter viajou a convite do evento
Serviço
“Ovo”, de 7 a 17 de março de 2019, no Mineirinho. R$ 260 (setor 3, azul, inteira); R$ 320 (setor 2, verde, inteira), R$ 440 (setor 1, amarelo, inteira) e R$ 550 (premium).