Com Agências - Com a economia em ruínas, o governo Temer agora ameaça lançar o país numa crise cambial que pode reeditar o caos de Parente em escala ainda mais dramática. O dólar está disparando no país -acumula alta de 15,8% frente ao real neste ano. Na manhã desta quinta, estava beirando o valor-símbolo de R$ 4, sendo negociado a R$ 3,91, apesar das intervenções do BC .
Ontem, um dos maiores "gurus" econômicos globais, o egípcio Mohamed El-Erian escreveu em seu perfil no twitter que depois de Argentina e Turquia, o Brasil será o próximo a enfrentar um distúrbio no mercado de câmbio. Ele destacou que a recente queda do real coloca o Banco Central em uma posição bastante complicada. "E há pouco espaço para erros, já que sua capacidade de resposta está sendo monitorada de perto por investidores nacionais e estrangeiros", destacou.
Os indicadores desastrosos da economia não param de ser divulgados, um após outro. Ontem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias somaram 3.286 unidades no país em maio. O número representa uma queda de 20,6% em relação a abril e 15,8% na comparação com maio de 2017. A Anfavea também anunciou que a produção de automóveis, veículos leves e caminhões e ônibus recuou 15,3% em maio, para 212,3 mil unidades, na comparação anual. Em relação ao mês de abril, a retração foi ainda maior, de 20,2% - uma perda nominal de 53,8 mil unidades.
Também ontem saíram os números referentes aos preços do leite. Os preços do leite no spot (negociação entre os laticínios) registraram forte alta após o fim da greve dos caminhoneiros. Conforme levantamento do MilkPoint, na segunda quinzena de maio, antes do início da paralisação, o litro no spot estava em R$ 1,53 por litro, na média nacional. Atualmente, está em R$ 1,66, ou seja, houve alta de 8,5%. Os preços no spot são negociados quinzenalmente pelas empresas.
Em parte, os números são resultantes do caos de Pedro Parente, que levou o país à quase paralisação depois da reação dos caminhoneiros à irresponsável política de preços dos combustíveis; mas inserem-se no contexto amplo da gestão ruinosa da economia, como o demonstra o risco de crise cambial.