Para quem faz uso de medicamentos contínuos, a notícia de que o preço sofrerá reajuste é sempre sinônimo de mais sofrimento e angústia. É o que sentiu a aposentada Clea Drumond, quando soube que  desde sábado (1º) os remédios tiveram um aumento de 5,6%. “Para mim, todo aumento é visto como abusivo. Apesar de receber muitos de graça do estado, mas tem muitos que são comprados e o salário da gente, não sobe na proporção do mínimo, então eu acho que é abusivo” pontua.

Para tentar dar um alívio para o bolso, sem descuidar da saúde, Clea tem buscado alternativas para fugir dos preços que considera tão abusivos. Um deles é sempre solicitar aos seus médicos que prescrevam, na medida do possível, medicamentos distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS). “Porque o SUS tem muitos medicamentos que dão de graça. O problema é que os médicos prescrevem os mais caros e somos, de certa forma, obrigados a comprar esses que eles prescrevem”, aponta.

Em conversa com médico clínico geral, que preferiu não se identificar, essa também foi uma solução apontada. No entanto, ele pontua, que o fato dos médicos receitarem remédios que muitas vezes são mais caros e não estão disponíveis no SUS é porque existem medicamentos mais modernos e que são a melhor medicação existente no mercado. “Se a pessoa for ao particular, se ela tiver condições financeiras, o médico vai prescrever uma medicação que não tem no SUS, uma medicação de melhor qualidade. Ou seja, o paciente que não tem condição vai receber do SUS de graça, entretanto, não vai receber a melhor medicação que tem no mercado. Então, tem essa diferença”, explica. Mas ele faz questão de ressaltar que os medicamentos fornecidos pelo SUS são de qualidade e funcionam da mesma forma.

AUMENTO ANUAL

Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) o reajuste, que é feito uma vez por ano, é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e entra em vigor após a publicação no Diário Oficial da União (DOU), ou seja, no mês de abril. 

Para o farmacêutico e empresário, Leandro Ivan Paixão Guedes, o aumento desse ano foi pequeno quando comparado com o do ano anterior, que foi de 10,89%, o segundo maior desde 2012. “Mas de qualquer forma, entendemos que impacta no orçamento das pessoas, principalmente daquelas que fazem uso de medicamentos contínuos”, admite. 

A sugestão de Leandro para quem faz uso contínuo de algum remédio é fazer uma compra antecipada, já que muitas farmácias ainda manterão, por um tempo, o preço anterior. O empresário também frisa que o aumento é para todo e qualquer medicamento, independente de ser de uso contínuo ou não, ou se é genérico, já que muitos buscam na compra dos medicamentos genéricos uma forma de fugir dos preços altos. “Esse é um preço médio, vai ter alguns medicamentos que podem subir um pouquinho mais e outros menos, mas a média do preço é esse aí”, conta.

 

fonte:onorte.net