A pandemia do novo coronavírus deverá deixar até 60 milhões de pessoas na linha de pobreza extrema, alerta o presidente do Banco Mundial, David Malpass. Segundo ele, as medidas em curso para recuperar a economia são insuficientes e as projeções indicam que a retração econômica deverá chegar a 5% neste ano. “Milhões de pessoas tiveram seus meios de subsistência destruídos, e os sistemas de saúde de todo o mundo estão sob pressão intensa”, disse Malpass ao jornal Financial Times.

Ainda segundo ele, o Banco Mundial ofereceu subvenções e empréstimos, que somam US$ 160 bilhões, a juros mais baixos para que os países mais pobres possam enfrentar a crise durante um período de 15 meses. Ao menos 100 países, que correspondem a 70% da população mundial, já teriam aderido às linhas de crédito. 

Malpass também se mostrou preocupado com o fato dos credores comerciais não aderirem a iniciativa que prevê a suspensão da dívida de 73 dos países mais pobres do mundo, proposta pelo G20 em abril. Até o momento, 14 países solicitaram a suspensão dos pagamentos até o final deste exercício e outros 23 devem concretizar a solicitação em breve. 


“Estes são os países mais pobres do mundo, e, embora possam esperar que os mercados de crédito comerciais reabram subitamente em 2020, o mais provável é que a pandemia e a paralisação econômica nas economias avançadas tenham efeitos de longa duração", ressaltou. 

Para o executivo, os países pobres deveriam atuar na implementação de programas que atraiam remessas e investimentos diretos do exterior, além de incentivar as empresas nacionais.