Estimativa aponta que governo vai receber R$ 2,38 trilhões em tributos até o fim deste ano

O Impostômetro, instrumento que mede a soma de todos os impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros, vai bater a casa de R$ 2 trilhões na próxima terça-feira (6 de novembro), às 9h45. Neste ano, a marca será ultrapassada um mês antes em relação ao ano passado, quando a arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais ultrapassou os R$ 2 trilhões no dia 6 de dezembro. Em meio à crise que mantém mais de 12 milhões de desempregados, a estimativa para arrecadação total em 2018 é de R$ 2,38 trilhões, 9,6% a mais em relação ao total arrecadado no ano passado, que foi de R$ 2,17 trilhões.

Só em Minas Gerais, já foram R$ 138,1 bilhões de 1º de janeiro a 31 de outubro deste ano. É o equivalente a 7,5% de tudo que o Brasil arrecadou neste intervalo. Na comparação com o mesmo período de 2017, o crescimento no Estado foi de 8,5%.

“A arrecadação está subindo, porém fecharemos o ano com déficit de mais de R$ 100 bilhões. Por isso a equipe econômica do próximo governo precisa focar o controle das contas públicas, manter o teto dos gastos e estimular a privatização de empresas estatais, diminuindo o tamanho do Estado”, recomenda o presidente da Associação Comercial de São Paulo e da Federação das Associações, Alencar Burti.

Instalado há 13 anos em um painel na rua Boa Vista, no centro velho de São Paulo, o Impostômetro registra a velocidade da arrecadação de tributos em todo o país. Ele informa, em tempo real, os valores que vão para os cofres públicos.

História

O painel foi instalado pela Associação Comercial em 20 de abril de 2005 para chamar a atenção da população para os valores que todos recolhem, em impostos, taxas, contribuições e multas. A data não foi escolhida por acaso. Era véspera de feriado de Tiradentes. Na inauguração do painel, o ator Paulo Goulart, falecido em 2014, subiu ao palco e representou Tiradentes inconformado com a carga tributária do “quinto dos infernos” – o quinto (20%) que os brasileiros pagavam em tributos para Portugal, pela exploração das riquezas naturais do Brasil colonial.

Essa foi a forma que a Associação Comercial de São Paulo encontrou para conscientizar a população para o fato de que ela arca com tudo isso e, em contrapartida, não vê o dinheiro sendo bem aplicado em saúde, segurança, educação. Segundo a entidade, o Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo, mas não dá o retorno à sociedade. (Com agências)