SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A companhia aérea Latam, que está em processo de recuperação judicial, registrou este mês uma alta de 8% na oferta de assentos (ASK, na sigla em inglês) no mercado doméstico em relação há três anos, antes da pandemia.
 
Ao todo, a Latam opera hoje no Brasil 54 destinos, contra 44 de agosto de 2019. É uma marca inédita na história da aérea, formada em 2016 a partir da união entre a chilena Lan e a brasileira TAM.

"Dez novos destinos foram lançados nos últimos 12 meses e, este mês, mais do que dobramos a oferta de voos para Goiás, Minas Gerais e Paraná", disse à reportagem a diretora de vendas e marketing da Latam Brasil, Aline Mafra.

Os novos destinos são Presidente Prudente (SP), Montes Claros (MG), Juiz de Fora (MG), Cascavel (PR), Caxias do Sul (RS), Jericoacoara (CE), Juazeiro do Norte (CE), Petrolina (PE), Vitória da Conquista (BA) e Sinop (MT). "As novas cidades aumentaram em 22% a quantidade de destinos que temos no Brasil", afirmou a executiva.

A oferta de voos internacionais da companhia chileno-brasileira, porém, ainda amarga uma queda de 33% em relação a agosto de 2019. Até o momento, a Latam voltou para 20 dos 26 destinos que tinha no exterior a partir do Brasil. Desvalorização do real, aumento do preço das passagens e restrições sanitárias por conta da Covid-19 justificam o recuo.

No mercado doméstico, porém, a alta ocorre mesmo diante da alta do preço das passagens, puxada pelo aumento de mais de 100% do querosene de aviação no acumulado de 2022.

Aline afirma, porém, que o aumento dos preços é menor para as compras planejadas, feitas com maior antecedência. "Os aumentos expressivos impactam na elasticidade do passageiro que viaja a turismo", diz. "Mas nós continuamos fazendo promoções".

Quanto à demanda por assentos (RPK, na sigla em inglês) no mercado doméstico, o dado fechado mais recente, de julho, apontou crescimento de 1,7% em relação ao mesmo período de 2019, antes da pandemia. Já no mercado internacional, a queda na demanda nos últimos dois anos foi de 35%.

As expectativas para os próximos meses são positivas. "Estamos com alta ocupação prevista para todo o segundo semestre, porque existe um aumento da demanda por viagens aéreas após o fim das restrições sanitárias", diz Aline. "Crescemos principalmente porque a Latam usou o período da pandemia para se reestruturar e ficar mais competitiva em termos de eficiência operacional".

No que se refere ao indicador RASK (receita operacional dividida pelo total de assentos-quilômetro oferecidos), Aline afirma que o índice cresceu 60,1% no primeiro semestre de 2022, na comparação anual, e avançou 8,7% sobre o primeiro semestre de 2019. "O nosso RASK é medido de forma conjunta (doméstico e internacional) e engloba todo o grupo Latam", afirma.