DIMINUIÇÃO


Os investimentos de estrangeiros no país caíram 85% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Banco Central.


O dado representa a categoria de investimento de maior destaque no relacionamento econômico e financeiro do Brasil com o resto do mundo e é uma das principais fontes de financiamento da atividade.


Desde o início da pandemia do novo coronavírus, no entanto, o Brasil recebe menos investimentos de estrangeiros. No mês, as aplicações somaram US$ 1,4 bilhão, ante US$ 9,5 bilhões em agosto do ano passado.


Mesmo na comparação mensal, houve redução. Em relação a julho, quando o país teve ingressos líquidos de US$ 2,7 bilhões, a queda foi 48%.


Já os investimentos de brasileiros lá fora mostram movimento oposto. Em agosto, as aplicações líquidas no exterior somaram US$ 1 bilhão, quase o dobro do registrado no mês anterior.


Em julho, os investimentos diretos de brasileiros no exterior foram positivos pela primeira desde fevereiro, com US$ 663,3 milhões.


Com a chegada do vírus ao Brasil, a diferença entre entradas e saídas de investimentos em outros países vinha negativa, o que caracteriza desinvestimento, quando a empresa brasileira retira dinheiro ou fecha as portas da filial no exterior, por exemplo.


As contas externas brasileiras fecharam agosto com resultado positivo em US$ 3,7 bilhões. Este é o quinto mês consecutivo com superávit puxado pela balança comercial, que registrou US$ 2,4 bilhões.


A balança comercial tradicionalmente apresenta superávit (mais exportações que importações) em momentos de baixa atividade doméstica, já que o país importa mais nas épocas de expansão.


Na prática, tanto as exportações quanto as importações diminuíram com a crise, mas a redução no fluxo de entrada de produtos estrangeiros no país foi mais drástica.


As exportações foram de US$ 17,8 bilhões em agosto, recuo de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as importações diminuíram 26,8%, para US$ 11,9 bilhões.


O déficit em transações correntes somou US$ 25,4 bilhões (1,64% do PIB) no acumulado dos últimos 12 meses, ante déficit de US$ 32,2 bilhões (2,03% do PIB) no mesmo período do ano passado.