Moeda fechou em alta de 1,20%, cotada a R$ 3,5042, maior valor desde 3 de junho de 2016
O dólar sofreu pressão compradora nesta segunda-feira, 30, voltou a subir, renovando o pico do ano. A moeda fechou em alta de 1,20%, cotada a R$ 3,5042, maior valor desde 3 de junho de 2016. A moeda americana já iniciou o dia com sinal positivo ante o real, acompanhando a tendência internacional de valorização generalizada da divisa. Com o resultado de hoje, o dólar à vista encerrou abril com ganho acumulado de 6,08% ante o real.
A ressalva para a alta do dia foi o volume reduzido de negócios na maior parte da sessão, devido ao fato de hoje ter sido um dia de "ponte de feriado". Isso porque a redução da liquidez favorece movimentos mais bruscos, nos quais alguns lotes de compra ou venda normalmente pouco significativos acabam por exercer influência mais forte sobre as cotações. De todo modo, profissionais do mercado ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que as incertezas dos cenários interno e externo acabaram por incentivar a busca por posições defensivas antes do feriado do Dia do Trabalhador, amanhã.
"Por ter sido um dia de liquidez reduzida, pode ser que na próxima quarta-feira o dólar volte a cair. Mas o fato é que ninguém quer passar o feriado vendido, diante dos diversos fatores de incerteza no cenário", disse Durval Corrêa, operador da Multimoney.
Devido à proximidade do feriado, a agenda doméstica foi escassa, tendo como principal destaque o resultado do setor público consolidado, que apresentou déficit primário de R$ 25,135 bilhões em março, segundo dados do Banco Central. Em fevereiro, havia sido registrado déficit de R$ 17,414 bilhões e, em março de 2017, déficit de R$ 11,047 bilhões. O resultado ficou dentro do estimado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, com o déficit ficando acima da mediana, que indicava resultado negativo de R$ 24,8 bilhões.
Nos Estados Unidos, o principal indicador do dia foi o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que teve alta de 2,0% em março, na comparação anual, e ficou estável ante o mês anterior. O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve, que tem meta de inflação de 2% ao ano. Apesar de ter atingido os 2%, o dado ficou dentro do esperado pelos analistas e teve pouco efeito nos negócios por aqui.
A grande expectativa dos mercados está concentrada na próxima quarta-feira, quando o Fed tomará sua decisão periódica de política monetária. As atenções estarão voltadas especificamente no comunicado do BC dos EUA, uma vez que crescem as apostas em um aperto monetário mais forte nos EUA. "O PCE confirmou as estimativas de uma taxa alta, o que intensifica as discussões sobre um possível quarto aumento de juros", disse Alessandro Faganello, operador da Advanced Corretora.