Cotação não era atingida desde março de 2016. Na véspera, moeda dos EUA caiu 0,58%, vendida a R$ 3,7434.

Por G1

O dólar opera em alta nesta terça-feira (5), após chegar a a bater R$ 3,80 e renovar máximas desde março de 2016, influenciado pelo movimento no exterior e pelo cenário político local. O avanço da moeda perdeu força com a atuação mais forte do Banco Central (BC).

Por volta de 13h, a moeda norte-americana subia 0,96%, vendida a R$ 3,7792, após chegar a R$ 3,8062 na máxima da sessão até o momento. Já o dólar turismo era negociado a R$ 3,93. Veja mais cotações.

A última vez que o dólar havia atingido a cotação de R$ 3,80 foi no dia 8 de março de 2016 (R$ 3,8025).

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,58%, vendida a R$ 3,7434. Já o dólar turismo foi vendido perto de R$ 3,90.

Cenário local

A sessão repercute pesquisas eleitorais, com os investidores se mostrando preocupados com a possibilidade de vitória de um candidato não reformista e que não seja considerado pró-mercado.

Os investidores também continuam cautelosos com os desdobramentos da greve dos caminhoneiros, que afetou o abastecimento do país nas últimas semanas. O governo acabou cedendo na maioria das reivindicações da categoria para baixar os preços do diesel, gerando uma conta bilionária que impactará os cofres públicos, prejudicando o ajuste fiscal.

Agora, o governo trabalha para mudar a periodicidade dos reajustes de preços de gasolina sem mudar a política de preços da Petrobras.

Cenário externo

No exterior, o dólar operava com leve alta ante uma cesta de moedas, mas exibia forte avanço ante divisas emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

Dados fortes de emprego dos Estados Unidos divulgados recentemente reavivaram as apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode aumentar a taxa de juros mais três vezes este ano. As expectativas do mercado, por enquanto, são de mais dois aumentos até dezembro.

Juros elevados têm potencial para atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.

Variação do dólar em 2018
Diferença entre o dólar turismo e o comercial, considerando valor de fechamento
em R$dólar comercialdólar turismo (sem IOF)12/125/111/117/123/129/12/28/216/222/228/26/312/316/322/328/34/410/416/420/426/43/59/515/521/525/501/0633,23,43,63,84
2/2
dólar turismo (sem IOF): 3,33
Fonte: Valor PRO

Atuação do BC

Com isso, o dólar disparou no mercado brasileiro também, desencadeando um movimento conhecido como "stop loss", quando os investidores desfazem suas posições rapidamente diante de sinais que consideram mais negativos.

Segundo o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, não houve saída de recursos do mercado, apenas esse movimento técnico.

Assim, o BC brasileiro decidiu entrar mais pesado e anunciou novo leilão de até 30 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, ainda nesta sessão.

Vendeu 16.210 contratos e, em seguida, anunciou outro leilão para tentar vender o restante de 13.790 swaps.

A autoridade monetária já havia feito leilão de novos swaps neste pregão e vendeu a oferta integral de até 15 mil contratos, totalizando US$ 3,061 bilhões neste mês.

E também vendeu integralmente a oferta de até 8.800 swaps para rolagem, já somando US$ 1,320 bilhão do total de US$ 8,762 bilhões que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume.