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Em relação a outubro de 2019, há queda de 18%. Os cálculos incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.
Mas embora passe por um momento de retomada, a produção acumula queda de 38,5% em 2020 na comparação com igual período de 2019. O resultado continua a refletir nos empregos.
Foram cortadas 6.300 nas montadoras nos últimos 12 meses -4.800 ocorreram a partir do início da pandemia. O número acumulado desde outubro de 2019 representa redução de 5% nos quadros, e ainda há diversas empresas com programas de demissão voluntária abertos.
Ao mesmo tempo, as fabricantes têm feito jornadas extras, com produção em dois turnos e aos sábados. Isso ocorre devido à demanda de momento e à necessidade de seguir protocolos sanitários. Há menos trabalhadores nas linhas de produção.
"É muito difícil fazer um planejamento, a dúvida que se tem é se essa recuperação veio para ficar ou se estamos atendendo a uma demanda reprimida do primeiro e do segundo trimestres", diz Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O aumento dos custos com matéria prima e a falta de insumos como aço e compostos químicos são outros empecilhos à retomada. As fabricantes enfrentam períodos de desabastecimento, que tem interrompido as linhas de montagem. O setor de caminhões é um dos mais afetados, gerando longas filas de espera.
Novas ondas de Covid-19 na Europa também despertam dúvidas sobre a retomada global dos negócios. A indústria se equilibra entre a esperança de um crescimento vultoso em 2021 e a realidade do coronavírus.
As boas notícias vêm da área de vendas. Foram comercializadas 215.044 unidades no último mês, melhor período de 2020 até agora.
Houve alta de 3,5% em setembro, mas queda de 15,1% em relação a outubro de 2019.
Os resultados poderiam ser melhores caso as empresas estivessem conseguindo atender às demandas das locadoras.
O setor de aluguel está aquecido e as próprias montadoras começam a entrar no negócio dos carros por assinatura. Mas a impossibilidade de acelerar as linhas de montagem trava o setor.
Para as fabricantes, é mais rentável atender à pessoa física neste momento, em vez de direcionar a produção aos frotistas.
Os estoques continuam baixos: há 132,5 mil carros nos pátios das montadoras e das concessionárias, quantidade suficiente para atender a 18 dias de vendas. Em abril, momento crítico da pandemia, havia 237 mil veículos em estoque.
"As empresas ficaram com muita matéria-prima armazenada, o que afetou o capital de giro. A indústria foi se adequando à nova demanda, mas sem exagerar na produção para não ter dinheiro empatado com estoques", afirma Moraes.
Com 34,9 mil unidades enviadas ao exterior no último mês, as exportações de veículos também registram melhora, apesar de a base de comparação ser baixa. Houve alta de 14,3% sobre setembro e de 16,4% em relação a outubro de 2019. No entanto, a queda de 34,2% no acumulado do ano representa o pior resultado para o setor desde 2002.
A principal causa da retração é a crise na Argentina, principal parceiro da indústria automotiva brasileira.
Em setembro, o país vizinho estabeleceu uma cota de importação para veículos, definida em 96 mil unidades até o fim deste ano.
Ao mesmo tempo, as fábricas argentinas têm recebido veículos de maior valor agregado. A Volkswagen inicia agora a produção do SUV Taos em Pacheco. O modelo chega ao Brasil no primeiro semestre de 2021.
A Renault passou a produzir a picape média Alaskan na fábrica de Córdoba e a Peugeot optou por montar o novo 208 em El Palomar.
Maquinário rodoviário mantém alta O setor de maquinário segue em alta, e não só pelo agronegócio. A retomada da construção civil e das obras colabora para um aumento de 7,2% na comercialização entre os meses de outubro de 2019 e de 2020. Contratações neste segmento ajudam também a reduzir o impacto das demissões.
"Tivemos 1.402 demissões entre setembro e outubro, mas também tivemos 592 contratações, grande parte temporária, com prazo determinado", diz o presidente da Anfavea.
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