COMBUSTÍVEL
Por:AE
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) distribuiu nota à imprensa nesta sexta-feira (15), na qual reafirma que entregou relatório ao governo sobre testes referentes ao aumento do biodiesel na mistura do diesel e lista os resultados obtidos que levaram à não recomendação. Segundo a associação, os testes feitos pelos fabricantes indicaram aumento da emissão de NOx; não atendimento à demanda legal para garantia de durabilidade de emissões, previsto pelo Proconve; aumento da periodicidade da troca de óleo e filtros; entupimento de filtro e injetores; aumento do consumo de combustível; desgaste dos componentes metálicos do motor; e combustível com baixa estabilidade à oxidação (forma resíduos).
"A conclusão dos testes mostrou que, caso o governo decida aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%, os veículos poderão apresentar danos ambientais, aumento de custo operacional para o transportador e impactos para a segurança do veículo. Principalmente para a frota em circulação que não está adaptada para o novo teor de biodiesel", diz a nota.
Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Jr, disse que associação ficou surpresa com a postura do governo e dos produtores de biodiesel, que disseram que a entidade não entregou o relatório em reunião realizada na quinta-feira, um dia antes do prazo definido para a entrega.
"Nós apresentamos o relatório ontem (quinta-feira, 14) e não recomendamos o aumento da mistura do biodiesel de 10% para 15%, e o governo e os produtores reagiram pressionando o nosso posicionamento", disse o diretor. "Foi uma manifesta irritação com a nossa conclusão", acrescentou.
O diretor disse, ainda, que o prazo dado para a realização de testes foi curto e que, por isso, cada montadora se comprometeu a fazer um tipo de teste. Portanto, se uma montadora apresenta algum resultado insatisfatório, não quer dizer que o problema está com a empresa.