Começa amanhã o envio dos formulários de Imposto de Renda. Até 30 de abril, quando termina o prazo, a Receita Federal espera receber 2,87 milhões de declarações em Minas e 30,5 milhões no Brasil. Entre as principais novidades de 2019 está a necessidade de incluir o CPF de todos os dependentes. Até no ano passado, apenas filhos maiores de 8 anos deveriam ter o número do documento no Imposto de Renda. Sem a informação, não é possível deduzir os dependentes da base de cálculo do Fisco.
“A pessoa também não consegue vincular as despesas do dependente, como escola e saúde, à declaração. Por isso, a dica para pais que ainda não tenham o CPF do filho é: corram para fazê-lo”, afirma o diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria, Silvinei Toffanin. É possível deduzir despesas dos filhos até 21 anos. Neste caso, eles precisam estar estudando. O teto para dedução é de R$ 2.275,08.
Todas as pessoas que receberam mais de R$ 28.559,70 em 2018 ou que possuem mais de R$ 300 mil em bens devem declarar imposto de renda. Quem trabalha com atividade rural e registrou receita bruta acima de R$ 142.798,50 também tem que prestar contas ao Leão.
O formulário está disponível no site da Receita Federal e nas lojas de aplicativos Google play, para o sistema operacional Android, ou App Store, para o sistema operacional iOS.
Quem faz operações na Bolsa de Valores deve ficar atento ao preenchimento do “Anexo de renda variável”. Com a queda na taxa básica de juros, que indexa a maioria dos títulos de renda fixa, houve uma espécie de “desbancarização”.
“As pessoas começaram a migrar para as corretoras e, consequentemente, a aplicar na Bolsa. Mas nem todos os investidores estão preenchendo o formulário, ou preenchendo de forma correta”, diz Toffanin. Em 2018, o B3, índice que reúne as principais ações da Bolsa, valorizou 15,03%. Quem opera mais de R$ 20 mil na bolsa tem que pagar 15% sobre o ganho.
De 2017 para 2018 quase 200 mil pessoas começaram a investir, aumento de 31% na comparação com o ano anterior. Entre 2016 e 2017 a alta foi de 10%. Justamente por isso, conforme o especialista, a Receita Federal ficou mais atenta a essa modalidade de investimento.
“Bancos e corretoras recolhem uma pequena parte do IR e enviam para a Receita. Isso significa que eles já sabem quem está investindo. Mas agora vão cruzar os dados com mais afinco, vão atuar bastante, não adianta tentar maquiar as informações”, alerta.
Entre os principais motivos que levam os contribuintes a caírem na malha fina está a inconsistência entre os dados informados pelas fontes pagadoras e os declarados pelos contribuintes.
“As empresas informam à Receita quanto pagaram para os colaboradores. O mesmo valor deve ser informado por ele. Quando isso não acontece, a pessoa é chamada para prestar esclarecimentos”, explica.
Segundo a Receita Federal o sistema de dados do Imposto de Renda foi atualizado, aumentando a agilidade de conferência das declarações. Por isso, será possível saber em 24 se o contribuinte caiu na malha fina. Até o ano passado, a Receita levava até 15 dias para conferir os dados.