O secretário de Cultura do município, Juca Ferreira, que já organizou a Virada em São Paulo - a principal do país - diz que o evento mineiro dará destaque a artistas do Estado, e que também terá atrações renomadas de outras localidades. "Ainda estamos fechando a programação, mas as pessoas podem esperar grandes artistas nacionais", afirma.
A programação completa será divulgada posteriormente. Ao todo, serão 400 atrações, sendo 120 selecionadas por edital, que está aberto ao público. Até o momento, o orçamento previsto é de R$ 850 mil, mas a PBH afirma que o valor pode ser ampliado, caso a Virada tenha patrocinadores e parceiros.
Nos dois últimos anos, o município cancelou a realização do evento por falta de recursos. Em 2016, a Virada teve público recorde de 580 mil amantes da cultura. Naquela edição, artistas como Elza Soares, Criolo, Lenine e Flávio Renegado se apresentaram na capital mineira.
"Nós adiamos anteriormente porque não queríamos fazer uma Virada fraca, sem qualidade. Temos que ter atrações que despertem interesse da população, por isso conseguimos nos organizar internamente na prefeitura para um bom evento. Todo mundo sempre comentava comigo para não deixar a Virada morrer, que o adiamento não poderia significar o fim dela, já que é relevante culturalmente e economicamente para a cidade", explica o secretário.
Festa no Centro
Ao contrário do Carnaval, principal festa de Belo Horizonte que tem se descentralizado e ganhado espaço nas nove regionais, o hipercentro será o palco da Virada. Foram escolhidos seis pontos que já são tradicionalmente ocupados por movimentos históricos, culturais e de resistência social da capital para montar o circuito de atividades.
O baixio do Viaduto Santa Tereza, na rua Aarão Reis, que já é uma das principais ocupações culturais da cidade e sedia manifestações como o Duelo de MCs e a Batalha do Passinho, é uma das localidades escolhidas. Além dele, o evento também ocorrerá no Parque Municipal, na Praça Sete, nas ruas dos Guaicurus e Goiás, e no cruzamento da rua da Bahia com a avenida Santos Dumont.
Humanizar a cidade e fazer com que o Centro deixe de ser um espaço somente de deslocamento para o trabalho e para a casa são prioridades nesta edição. "Vamos estimular o acesso à cultura e à arte com um ações de confraternização e desfrute da cidade, especialmente em espaços abertos. Muitas capitais do Brasil tiveram seus centros tomados por um alto nível de decadência. Já BH tem um Centro vivo de dia, com trabalhadores e comércio. A ideia é disponibilizar esse local para uma outra experiência, de contemplação do patrimônio da cidade, dos monumentos, dos grafites, do Parque Municipal, do Viaduto Santa Tereza, frisa Ferreira.
Segundo a Fundação Municipal de Cultura, os espaços serão interligados por atividades de intervenções urbanas e performances.O grafitti e a pintura de murais, conforme Juca Ferreira, serão outros destaques da programação, que também propõe trazer um olhar para a gastronomia da capital dos bares. Os estabelecimentos do entorno devem priorizar o atendimento ao público durante as 24h da Virada.
Como participar
Os interessados em submeter propostas artísticas para integrar a programação devem se inscrever no site viradacultural.pbh.gov.br até o dia 12 de maio. Para participar, o proponente deve residir em qualquer um dos 34 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte e ser pessoa física, jurídica ou microempreendedor individual (MEI). A seleção será realizada pela PBH, em parceria com a organização da sociedade civil Instituto Periférico.
Dentre as áreas aceitas pelo edital estão artes cênicas e visuais, audiovisual, bem estar e saúde, cultura popular, intervenções e instalações urbanas, literatura, mestre de cerimônia, moda e design, mostras e feiras, música e outras. O regulamento completo pode ser visto aqui e o formulário de inscrição neste link. https://tinyurl.com/virada2019