FELICIDADE

O que te deixa feliz? Talvez seja levantar cedo para ver o Sol nascer, passar o fim de semana com a família e os amigos ou dar um mergulho no mar.

 Mas o que a ciência diz sobre os hábitos das pessoas felizes?

Sabemos que pessoas felizes tendem a ter relacionamentos sólidos, boa saúde física e contribuem regularmente com suas comunidades.

Eu experimentei nos últimos sete anos uma série de práticas relacionadas à felicidade e ao bem-estar em uma tentativa de melhorar minha própria saúde mental e de entender a melhor forma de ajudar os outros. Algumas estratégias foram bem sucedidas, enquanto outras não funcionaram para mim. Mas aqui está o que aprendi ao longo do caminho.

A verdade é que haverá momentos em que conseguiremos desenvolver hábitos relacionados à felicidade e nos sentir positivos. Mas haverá ocasiões em que a vida passa uma rasteira na gente, e nossa felicidade é afetada.

A boa notícia é que todos nós podemos melhorar nossos níveis de felicidade com a prática diária.

1. Movimente seu corpo
 
Meu corpo precisa se movimentar regularmente ao longo do dia. Ficar sentada por longos períodos de tempo não deixa meu corpo ou mente felizes. No mínimo, caminho em ritmo acelerado por uma hora todos os dias. Também gosto de nadar, dançar e fazer ioga.

 A atividade física e o exercício regular estão no topo da lista para alcançar felicidade. Estudos mostram consistentemente uma relação entre ser fisicamente ativo e aumentar o bem-estar subjetivo, também conhecido como felicidade.

Pesquisas sugerem que caminhar 30 minutos por dia pode melhorar sua saúde. Mas estudos sobre felicidade revelam que as pessoas se beneficiam mais quando praticam exercícios moderados e de alta intensidade, que aumentam a frequência cardíaca.

Exercício moderado é qualquer atividade que te deixe ligeiramente sem fôlego — você ainda consegue falar, mas provavelmente não seria capaz de cantar uma música.

Grupo de pessoas durante aula de ioga
(foto: Getty Images)

 

2. Priorize a conexão

A pesquisa mais recente sobre felicidade mostra que nossas conexões sociais são importantes em termos de bem-estar geral e satisfação com a vida. Aliás, arrumar tempo para falar, ouvir, compartilhar e se divertir com amigos e familiares é um hábito que procuro priorizar.

Mas um estudo recente descobriu que geralmente interagimos mais com amigos e familiares quando nos sentimos infelizes — e menos quando estamos felizes.

Isso pode acontecer porque naturalmente buscamos conforto e apoio para nos sentir mais felizes, e procuramos outras atividades quando nossa felicidade está estável.


Três amigas rindo em restaurante
(foto: Getty Images)

Parece ser uma questão de equilíbrio, muito tempo sozinho pode levar a emoções negativas e, por isso, procurar outras pessoas é uma maneira natural de aliviar essa sensação e melhorar nosso humor.

Por outro lado, quando nos sentimos positivos e felizes, ficamos mais inclinados a apoiar os outros e a oferecer um ombro amigo.

No entanto, passar o tempo na companhia de amigos e familiares proporciona ganhos de felicidade a curto e longo prazo.

3. Pratique a gratidão

Nossa visão da vida e como avaliamos as coisas também desempenham um papel importante em nossos níveis de felicidade.

Estudos mostram que ter uma mentalidade mais otimista e praticar um senso de gratidão pode proteger contra as emoções negativas e aumentar a felicidade.

Praticar a gratidão diária, como contar minhas bênçãos ou listar as coisas pelas quais sou grata ao longo do dia, me ajuda a pensar de forma mais positiva e a me sentir mais feliz.

Você pode fazer isso de várias maneiras — por meio, por exemplo, de um diário de gratidão, que pode ser escrito à mão ou redigido no celular.

O exercício das três coisas boas é um hábito rápido e fácil de adotar para aumentar o otimismo.

Você simplesmente escreve três coisas que correram bem no dia e reflete sobre o que havia de bom nelas.


Pessoa segurando papel em que se lê: obrigado
(foto: Getty Images)

Há muitos aplicativos agora que podem enviar notificações e monitorar sua gratidão. Outros permitem que você crie um mural de visualização e afirmações positivas para seus dias.

Embora alguns possam parecer enigmáticos, trata-se de um leve empurrão em direção à positividade, apoiado pela ciência.

Ou, em outras palavras, praticar e cultivar uma atitude de gratidão e apreço geralmente funciona e ajuda você a se sentir mais positivo em relação à sua vida.

A gratidão também ajuda você a ver o panorama geral e a se tornar mais resiliente diante da adversidade.

Você também pode praticar a gratidão de forma mais natural, agradecendo – dizendo a alguém pelo que você é grato naquele dia ou enviando mensagens de agradecimento.

Pode parecer banal, mas é importante, uma vez que pesquisas mostram que sentimentos diários de gratidão estão associados a níveis mais altos de emoções positivas e melhor bem-estar social.

4. Passar tempo com pets também ajuda

Meus animais de estimação fazem parte da rotina da nossa família e também ajudam na minha felicidade diária. Acho mais fácil sair para caminhar por causa dos meus cachorros.

Pesquisas mostram que os cães motivam seus companheiros humanos a serem mais ativos e, em troca, tanto o animal quando o dono compartilham uma experiência prazerosa que aumenta sua felicidade.

Homem beijando a cabeça do cachorro
(foto: Getty Images)

Também gosto de sentar com meus gatos enquanto tomo chá e leio um livro.

Estudos sugerem que os animais de estimação oferecem muitos benefícios para a saúde e a felicidade, pois não só servem de companhia, como também reduzem os casos de depressão e ansiedade, ajudando a aumentar nossos níveis de felicidade e autoestima.

Os principais ingredientes para a felicidade, a que as pesquisas se resumem, são conexões e atividades sociais — tanto da mente quanto do corpo. E encontrar um fluxo de vida por meio de nossos hábitos e intenções diárias pode levar a uma vida mais feliz e gratificante.

* Lowri Dowthwaite-Walsh é professora de intervenções psicológicas na University of Central Lancashire, no Reino Unido.

 

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

Fonte:www.em.com.br