Vieram me perguntar se estou voltando a frequentar lugares que faziam parte de minha pauta antes da pandemia da Covid-19. Eu disse que, depois de tudo o que foi e tem sido enfrentado, não tenho pressa para voltar ao passado, já que estou aposentado do trabalho profissional, mas não da vida com todos os seus riscos. Acredito que essa parada quase que obrigatória em alguns segmentos foi desigual na medida em que para uma grande parte o obrigatório foi continuar trabalhando e circulando no ir e vir de cada dia.

Tenho reafirmado que minha estratégia tem sido a da sobrevivência e que a “cada dia se mede a água com o fubá”. Mas por que tanta precaução num momento em que os padrões sanitários e os protocolos estão sendo flexibilizados em suas inúmeras dimensões, me perguntou um colega que vive circulando de uma cidade para outra na região metropolitana de Belo Horizonte? Logo ele que já foi infectado duas vezes pelo vírus ao longo da pandemia.

Disse a ele que estou esperando o cumprimento da meta de aplicação da 1ª dose da vacina para as faixas etárias previstas até o final de setembro. Enquanto isso, a 2ª dose prosseguirá avançando e o reforço da 3ª dose para idosos também caminhará.

Tudo isso convivendo com as variantes Delta e Lambda da Covid-19, mantidos o uso de máscaras, higienização das mãos, distanciamento, ambientes ventilados livremente…

Só então terei mais confiança para ousar circular por ai afora, mas cumprindo os padrões sanitários que os novos momentos exigirem.

Contudo, se a saúde mental é sempre uma preocupação permanente, nesse momento novos entrantes só contribuem para aumentar mais ainda as preocupações mentais e consumir ainda mais as nossas energias que nem sempre são suficientes.

Uma nova preocupação além da pandemia, da saúde e da existência de trabalho, está nos balões de ensaio diários do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostrando que o racionamento de energia elétrica “subiu no telhado”.

Pelo visto, o apagão da energia elétrica se faz presente, as usinas térmicas mais caras serão largamente usadas nos secos meses de setembro e outubro e o jeito será economizar energia na faixa dos 20% para não se assumir explicitamente o racionamento. Até o horário de verão pode voltar em nome da economia de energia elétrica.

Vale a lembrança do apagão da energia elétrica em 2001 e os 20 anos que se passaram na janela sem que o problema da matriz energética fosse resolvido por quem deveria resolvê-lo.

Outra preocupação dentro da crise hídrica é com a água para o abastecimento humano, que precisa de energia elétrica para sua purificação e distribuição, bem como para o consumo de animais e plantas.

Para completar esse inventário de preocupações tem a inflação impulsionada pelos combustíveis, cujos preços são atrelados à cotação internacional do petróleo e à variação do dólar, como também aos preços da energia elétrica com bandeira tarifária vermelha no nível mais alto e dos alimentos de origem animal e vegetal com variações anuais subindo no mínimo 50%. Haja resiliência para constatar a enorme perda de poder aquisitivo para a inflação que nenhuma reposição salarial ou de proventos de aposentadoria trarão de volta. Essas perdas serão definitivas e o que nos resta é refazer o orçamento. O jeito é parar por aqui.