Entrou em vigor no mês de novembro de 2017 a Reforma Trabalhista, quando Michel Temer era Presidente da República. Como sempre, a Reforma era a panaceia para todos os males e, na propaganda oficial em sua defesa, se falava na geração de 2 milhões de empregos nos dois primeiros anos de sua vigência e de 6 milhões ao longo de 10 anos. Recentemente o próprio Temer reconheceu o exagero destes números.

Passados quatro anos o que cresceu foi a quantidade de desempregados, com o acréscimo de mais 2 milhões de pessoas aos 12 milhões já existentes, segundo o IBGE. A nova legislação trouxe mais flexibilidade para os empregadores na hora de contratar e demitir empregados, mas não foi capaz de aumentar a quantidade de vagas. Para isso, a economia e os investimentos deveriam crescer muito mais ao invés da redução ou extinção de direitos trabalhistas. O que sobrou foi a precarização das condições de trabalho.

Duas ou três casas decimais?


A diretoria da Agência Nacional de Petróleo definiu que os combustíveis para veículos automotores comercializados pelos postos deverão ter seus preços nas bombas exibidos com duas casas decimais, no lugar das três usadas atualmente. Assim, o preço de 1 litro de gasolina comum será vendido a R$6,97 e não mais a R$6,974, por exemplo. A medida entra em vigor 6 meses depois de sua publicação no Diário Oficial da União, ou seja, no início de maio de 2022 . Segundo a ANP, a mudança visa facilitar “o entendimento dos consumidores” sobre os preços.

Parece que se lembraram dos critérios de arredondamento da matemática enquanto os preços da gasolina, óleo diesel e etanol continuam subindo. É importante lembrar que o uso das três casas após a virgula(centésimos) vem desde 1994, no início do Plano Real, e tinha também como objetivo a melhor compreensão dos consumidores, pois a diferença de preços entre postos poderia estar nos centésimos. Muda isso, muda aquilo, mas é tudo a mesma coisa.

Mutirão tenta receber dívidas


A Federação Brasileira de Bancos, o Banco Central do Brasil, a Secretaria Nacional do Consumidor e o Senado Federal estão promovendo durante o mês de novembro um mutirão para a renegociação das dívidas em atraso de pessoas físicas com as instituições bancarias e financeiras. Na campanha falam até em educação financeira, mas não abordam as altas taxas de juros cobradas nas quais estão embutidos os riscos dos calotes dos devedores. Falam também em reinserção dos devedores no mercado após a renegociação, mas é claro que tudo que for conseguido será bom para enfeitar os resultados dos bancos no balanço de 31 de dezembro. Como sabemos, banco é banco e melhor seria não precisar deles, mas como fazer isso na difícil conjuntura que estamos atravessando com estratégias de sobrevivência?