TROCA DE INFORMAÇÕES


O procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, está sendo acusado de ter mantido encontros informais com autoridades brasileiras envolvidas na "lava jato". As reuniões não são proibidas, mas precisariam ser documentadas. 

A informação foi divulgada em veículos de imprensa da Suíça e no blog do Jamil Chade, no UOL. De acordo com a reportagem, o advogado suíço Rolf Schuler, que atua na defesa de um dos investigados, fez a denúncia ao jornal NZZ.

Ao veículo, Schuler afirmou que autoridades brasileiras viajaram para a Suíça para reuniões não registradas com o escritório de Lauber. O mesmo teria acontecido no Brasil e, segundo o advogado, o foco era compartilhar informações para começar a tocar inquéritos de lavagem de dinheiro.

Michael Lauber também foi acusado de ter feito a mesma coisa com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Mesmo antes de as acusações sobre a "lava jato" terem vindo à tona, ele admitiu que as denúncias sobre Infantino poderiam interferir na cooperação com o Ministério Público brasileiro. "Tudo tem impacto, tudo", afirmou Lauber em uma coletiva de imprensa, conforme o blog de Jamil Chade.

Força-tarefa conjunta

Antes disso, as suspeitas de encontros informais com integrantes da "lava jato" foram um dos fatores que antecederam a demissão do procurador suíço Stefan Lenz.  

Responsável até 2016 pelas investigações da "lava jato" na Suíça, Lenz tentava fechar um acordo de cooperação bilateral entre os países. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em dezembro de 2017, o ex-procurador disse que o excesso de forças políticas nos países atrapalhou a força-tarefa conjunta. 

Lenz atualmente cuida de um escritório de advocacia e tem parceria com brasileiros. 

Caso Fifa

Essa não é a primeira vez que Michael Lauber é alvo de denúncia envolvendo reunião sigilosa. Recentemente, o procurador foi acusado de ter encontrado com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, nas mesmas condições - sem documentar.

O fato ensejou a abertura de um procedimento disciplinar para investigar a conduta. À corregedoria do Ministério Público suíço, o procurador admitiu as reuniões e afirmou que o objetivo era ajudar no avanço das investigações.

Fonte:ConJur