Caminhando nesse final de inverno para o início da primavera que precederá o verão, fico com a sensação que tudo já é verão há um bom tempo. Isso só reforça minha certeza de que o clima mudou para pior e tudo só tende a piorar se nada for feito de mais expressivo para frear as emissões de gases causadores do crescimento do Efeito Estufa.

Até isso é uma mera constatação, pois na prática o que temos é muito desconforto diante de tantas ondas de calor, cada vez mais frequentes e em intervalos menores.

O Brasil em chamas marcou o mês de agosto e prosseguirá firme e crescente em setembro, enquanto ficaremos esperando as chuvas para o final do mês ou no início de outubro na região metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo.

A estratégia continua sendo de sobrevivência diante da umidade relativa do ar ficando abaixo de 20% à tarde. Haja sistema respiratório para enfrentar isso.

Será que teremos água suficiente para abastecer a região até o início do período chuvoso? E qual será o impacto na agricultura e pecuária? De qualquer maneira, a conta de energia elétrica para os consumidores residenciais já tem a bandeira vermelha garantida pelo Operador Nacional do Sistema elétrico – ONS. Na prática temos mais queima de combustíveis com o acionamento das usinas termelétricas, o que também contribuirá para o crescimento do Efeito Estufa.

Mesmo as pessoas mais resignadas devem estar preocupadas com tantas queimadas e suas causas, com os biomas destruídos, prejuízos com as próximas safras de arroz, cana de açúcar, café, soja, hortifrutigranjeiros… inflação futura, taxa básica de juros e crescimento econômico.

Será que as metas definidas pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas serão atingidas nos prazos estabelecidos? Ao longo desse ano, cada mês que passou foi o mais quente de todos os tempos e, nesse momento, agosto é o campeão. Será que setembro vai supera-lo?

Fico também pensando na distância que ainda existe atualmente entre as intenções e os gestos diante de tantas necessidades urgentes para obtenção de um clima favorável à vida. Do jeito que as coisas estão indo vai ficando cada vez mais próximo o Ponto de Não Retorno, ou seja, “termo usado em ecologia e mudanças climáticas para descrever situações em que um ecossistema atinge um limite crítico e as perturbações causadas são tão severas que não é mais possível alcançar as condições necessárias para a sua recuperação”. Precisamos pensar e agir em relação aos Biomas da Amazônia, Pantanal do Mato Grosso, Cerrado do Brasil Central, Mata Atlântica, os Pampas Gaúchos …

E agora? O que e como fazer?