Eis aqui algumas percepções que tenho sobre o processo eleitoral municipal, quase concluído no dia 29/11 com a realização do 2º turno em 57 municípios. Só ficará faltando a cidade de Macapá, capital do Amapá, devido ao apagão de energia elétrica.

Acompanhei mais de perto as eleições em Araxá, minha cidade natal, e em Belo Horizonte, minha cidade do coração onde resido há 47 anos. Fiquei triste com a derrota de meu candidato a vereador em Belo Horizonte e alegre pela vitória do candidato que apoiei em Araxá. Sugeri a eles que façam uma avaliação dos resultados alcançados em função das metas estabelecidas e dos planos de ação feitos para atingi-las.

Chamou minha atenção a abstenção em Belo Horizonte, que chegou a quase 29%. Somada aos votos nulos e brancos nos mostram que o “não voto” chegou a 39%. Já em Araxá a abstenção passou de 24% que somada aos votos nulos e brancos chegou a 33,6% de “não votos”. O fato é que a cada eleição tem aumentado o percentual de abstenções na média nacional, que foi de 17,5% em 2016, pouco mais de 20% em 2018 e acima de 23% no primeiro turno deste ano. Penso que o voto é um direito de todos e não um dever. Na minha observação e análise as pesquisas de intenção de votos cumpriram a sua missão e deram uma fotografia para os eleitores que consomem este tipo de informação que pode auxiliar em sua tomada de decisão sobre em quem votar. Entretanto considero que as pesquisas deveriam registrar as intenções de quem deseja se abster de ir às urnas no dia da eleição.

Não tive muitas expectativas quanto à realização de grandes e intensos debates entre os candidatos a prefeito, mas entendo a estratégia daqueles postulantes líderes nas pesquisas de intenção de votos de não comparecer aos debates nas diversas mídias. Eles apenas gerenciaram o risco de vacilar ou ter desempenho comprometedor que poderiam lhes causar perdas desnecessárias.

Incrível a enorme ansiedade das pessoas devido ao atraso de três horas para a conclusão das apurações dos votos na noite do domingo, 15/11. Vale lembrar que as urnas eletrônicas são usadas no Brasil desde 1996 e esta foi a 13ª eleição de resultados plenamente confiáveis e alcançados com muita segurança. Agora, quem sonha com urna eleitoral de lona, voto rabiscado no papel e insegurança quanto à inviolabilidade do processo passa a sensação de estar buscando justificativas para resultados ruins em futuras eleições. Cabe também ao Tribunal Superior Eleitoral assumir os erros na implementação do Sistema de Apuração dos votos, centralizado pela primeira vez em Brasília.

Encerro com a percepção de que os partidos políticos do espectro de centro-direita – DEM, PSD, MDB, PSDB e PP – conseguiram melhorar a quantidade de prefeitos e vereadores eleitos e, no espectro da esquerda, o PSOL vai ganhando espaços que o PT começou a perder a partir de 2016. Agora é ver e agir na caminhada rumo às eleições de 2022, mas muita água ainda vai passar debaixo da ponte.