PORTA ERRADA
A invasão de policiais à residência de uma advogada levou a OAB gaúcha encaminhar pedido de providências à chefia da Polícia Civil e ao gabinete do vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, que também é secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
A advogada Anália Goreti da Silva, que atua em Campo Bom, no Vale do Sinos, foi "visitada" na terça-feira (2/6) por policiais civis de Pelotas no desfecho de uma ação de busca e apreensão desastrada. Os policiais tomaram o endereço da advogada, de forma equivocada, como o local a ser abordado, no curso de uma investigação sobre tráfico de drogas. Os dados de geolocalização foram obtidos a partir do celular apreendido de um traficante.
As marcas da violência ficaram na porta, que foi danificada quando os policiais forçaram a entrada. A advogada estava em casa com o marido e com os dois filhos — todos ficaram amedrontados com a violência da abordagem. Ela lamentou a forma agressiva e truculenta dos policiais. "Eu sou transplantada. Nestas últimas semanas, ninguém praticamente me visitou. Repentinamente, tem vários policiais dentro de casa, alguns sem máscaras", relatou.
O presidente da seccional, Ricardo Breier, disse que o fato não é apenas um abuso da polícia, mas também uma violação das prerrogativas profissionais, já que na residência também está registrado o escritório da advogada. "É um verdadeiro abuso de autoridade e que não poderá ficar impune."
Prerrogativas ignoradas
Breier, que se mostrou indignado com o caso, informou que os policiais negaram à advogada o pedido para ser assistida por um represente da Ordem no local.
"Ainda temos muitos abusos de autoridade em nosso país. Existem prerrogativas da advocacia que devem ser respeitadas. Nesse caso, foi ignorado. Vamos acompanhar o andamento da ocorrência e do processo administrativo. É preciso ter punição para que casos assim não se repitam", salientou.
Fonte: OAB-RS.