A semana termina com mudanças no cenário político nacional com o possível retorno do ex-presidente Lula aos palcos da disputa de 2022. A decisão do ministro do STF, Edson Fachin, anulando as sentenças proferidas pelo ex-juiz Sérgio Moro, que fez com que o líder petista ficasse preso por cerca de 580 dias na sede da PF em Curitiba.

O quadro político para 2022 teve uma guinada que não estava nos planos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O discurso de Lula provocou uma imediata reação de Bolsonaro e de seus seguidores nas redes sociais. Além de provocar críticas bem ao seu estilo, de Ciro Gomes (PDT), que imediatamente atacou as posições de Lula em seu discurso de quase uma hora e meia.

O certo é que essa decisão monocrática do ministro Fachin, pegou até seus pares de surpresa. O julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro entrou em pauta na Segunda Turma do STF, no dia seguinte, após o relator da lava jato anular as condenações de Lula na justiça Federal de Curitiba, alegando que aquele juízo não tinha competência para julgar o ex-presidente. O placar pela suspeição de Moro está empatado em 2 a 2. Faltando apenas o voto do ministro Kássio Nunes, que pediu vistas ao processo.

Lula tem o dom da oratória e uma facilidade extrema em falar para distintos públicos, o que não é o forte de Jair Bolsonaro. Ao falar sobre vários temas, inclusive sobre a pandemia que se abate sobre o Brasil, Lula criticou o governo federal por não ter se planejado para enfrentar e combater o vírus da Covid-19, que já matou mais de 275 mil brasileiros. O petista criticou a falta de vacina e defendeu o uso de máscaras e o distanciamento social, que são formas de evitar que a doença se espalhe e cause mais dor e sofrimento às famílias em nosso Brasil.

Fachin que foi muito criticado por ter, de forma monocrática, anulado as condenações de Lula, e determinado que os processos fossem transferidos para a justiça federal em Brasília, já transferiu para o Pleno do STF a decisão final sobre este assunto, de resultado tão imprevisível para o destino da candidatura do petista para as eleições presidenciais de 2022. O campo da oposição ao presidente Jair Bolsonaro muda de forma considerável, após Lula se tornar elegível. Agora é aguardar como vai se posionar o Pleno!

As candidaturas de outros pretendentes ao cargo máximo da nação brasileira, com certeza estão se movimentando em busca de apoio e organização para a difícil missão de derrotar o atual ocupante do Palácio do Planalto, que tem a caneta do poder nas mãos e conta com uma militância fiel, barulhenta  apaixonada, antidemocrática, que pede o  fechamento do STF e defende a volta da ditadura militar. Estamos diante de uma campanha que movimentará a atenção do mundo político nacional e internacional. O caldeirão da sucesssão presidencial começou a esquentar. Quem viver, verá!