O mês de janeiro costuma ser um bom momento para que possamos questionar os benefícios que temos quando comparados aos custos gerados por um determinado bem ou serviço que usamos. Isso torna-se cada vez mais necessário diante da crescente perda de poder aquisitivo ou mesmo da falta de oportunidade para conseguir um trabalho que complemente parte da renda perdida. O fato é que a maior parte dos salários tem tido enormes dificuldades para, pelo menos, repor as perdas inflacionárias de um período anterior. Enquanto isso, a inflação galopa há vários meses, sempre justificada como um ponto fora da curva, e a tabela do Imposto de Renda retido na fonte não e corrigida há tempos, o que caracteriza mais aumento da carga tributária nacional. Diante da correlação de forças totalmente desfavorável a quem tenta vender seu trabalho o caminho mais curto, obrigatório é o corte de custos a começar pelos desperdícios gritantes nem sempre percebidos por nós. Por isso é fundamental conhecer todos os custos que se tem e buscar responder à pergunta que tenta saber para onde foi o nosso dinheiro.

Nesse sentido, meu ponto aqui é observar e analisar o custo que alguém tem para usufruir de um bem de consumo durável que é o carro. Aliás é importante lembrar que a indústria automobilística é um dos pilares da economia nacional.

Conversando com um profissional de tecnologia da informação, 39 anos de idade, ouvi dele alguns questionamentos sobre os custos de se ter um carro. Por exemplo, o capital empatado e os gastos permanentes/obrigatórios. Basicamente ele usa o carro para ir ao trabalho, que é presencial mesmo na pandemia, e para fazer compras no supermercado. Há pouco mais de um ano ele comprou esse carro zero km por R$60.000,00, padrão básico de uma montadora asiática. Agora o carro já está fora da garantia e também vale no mercado dos usados 30% menos que seu preço na tabela da época.

O imposto sobre a propriedade de veículos automotores –IPVA, que nesse ano vence a partir desta semana – foi pago à vista e ficou em R$ 1.700,00. O seguro contra danos de qualquer natureza consumiu mais R$ 1.500,00 enquanto os serviços de assistência técnica após o vencimento da garantia levou R$ 1.000,00 até o momento. O inevitável consumo de combustível tem girado em torno de R$ 400,00 mensais e, por enquanto, ainda não ocorreram multas de trânsito nem necessidade de trocar pneus danificados em vias públicas mal conservadas. Mesmo reconhecendo os benefícios trazido pelo carro, ficou claro que os custos também precisam ser computados e nunca ignorados.

Nesse caso foi levantada a hipótese de não se ter carro próprio, mas sim alugar um ou usar carros de transporte por aplicativo. Esta hipótese recebeu objeções devido às variações de preços decorrentes da tabela dinâmica – oferta e procura – bem como o aumento da demora para atendimento. Quando nada, vale a pena estudar melhor as condições que estão sendo oferecidas pelas locadoras para o aluguel de um carro no mercado de hoje. Conhecer é preciso não só nesse caso mas também outros custos que fazem parte de nosso orçamento.