Partindo da premissa de que a gestão pela liderança, e não pelo comando, é o que todos precisam, mas nem todos sabem que precisam, reitero a minha crença na necessidade da educação continuada nessa área do conhecimento. Esse tema precisa ser aprendido, praticado e melhorado continuamente. É importante lembrar e relembrar sempre que é dos fundamentos científicos da gestão que vem os conceitos que sustentam e suportam os sistemas presentes em nossas vidas.
Aqui no ponto que estou abordando sobre a solução de problemas crônicos ou não é importante relembrar alguns conceitos da forma mais simples possível. Nesse sentido sistema é um conjunto de partes interligadas oriundas de diversos processos que são definidos como um conjunto de causas que provocam um ou mais efeitos. Quando esses processos não levam a um resultado esperado nos deparamos com um problema, ou seja, com um resultado indesejável de um processo. Mas como resolver um problema? A primeira condição é admitir que o problema existe e isso já é metade da solução. Esse é o maior desafio para os seres humanos, inclusive para muitos deles que até conhecem ou conheceram um modelo de gestão, mas não o colocam em prática.
Imagine o que resulta da ação de quem não conhece um modelo de gestão e age tal qual um déspota não esclarecido. Num caso ou no outro é comum perceber pessoas que ignoram o problema, depois o negam ou simplesmente dão desculpas e buscam culpados pela sua existência. Tudo isso também é permeado pelo achismo na base do eu acho isso, eu acho aquilo, na contramão do método científico. O caminho mais curto é questionar os fatos e dados e errar continuamente na tomada de decisões no impulso encorajado pelo achismo. Tudo se complica ainda mais quando se busca sustentar uma afirmação nascida do achismo com atitudes abrasivas, provocativas e desprovidas de inteligência estratégica. Isso vale para os setores público e privado e também em nossa vida pessoal ou familiar, cada qual com suas respectivas dimensões e especificidades.
Dois exemplos simples e recentes nos mostram e ilustram o que estou dizendo. As reivindicações dos caminhoneiros em maio de 2018 foram inicialmente ignoradas pelo Governo Federal da época, que só acordou quando o país estava paralisado. Agora o desmatamento e as queimadas subsequentes na floresta Amazônica, cujas ocorrências estão registradas em séries históricas de dados, foram alvo de negações e contestações de membros do Governo Federal na atual estação do inverno. Negar as evidências advindas dos fatos e dados e posteriormente buscar culpados pelos acontecimentos fizeram parte do processo até a admissão da existência do problema diante da repercussão internacional que o desmatamento e as chamas geraram. Como se vê não podemos abrir mão de métodos para a análise e solução de problemas e nem revogar a lei da gravidade num achismo monocrático. Não podemos nos esquecer de que não existe substituto para o conhecimento.