O primeiro semestre se foi para não deixar saudade. Indefinições e sustos marcaram os seis primeiros meses do ano. Ao que tudo indica o segundo semestre vem para testar o humor de quem gosta de viver perigosamente. O desaquecimento da economia mundial aumenta a chance de uma recessão. Os dados industriais evidenciando a fragilidade da China, Europa e Japão é uma realidade que se torna mais forte quando se pensa na economia dos EUA. Os bancos centrais devem adotar posturas mais austeras em suas próximas decisões de política monetária e se isso realmente acontecer vai limitar o espaço para novas altas agressivas de juros. Estamos diante de um cenário incerto com dados reais apontando para meses ou anos difíceis. Muitos insistem em dizer que o mundo pós pandemia esta em ascensão, mas a realidade dos números não diz isso. Inflação, taxa de juros, preços e por ai vai.
O desajuste da economia mundial vai se tornando um grande desafio para os estudiosos e especialistas. No brasil, o semestre começa com os dois assuntos que tem dominado o noticiário nos últimos meses. O mercado e seus investidores apostam na queda da Selic já a partir da próxima reunião do Copom em agosto. Só que muitos esperam um corte mais arrojado em torno de 50 pontos-base. O governo acredita que há espaço para isso, principalmente se os dados de inflação mostrarem menos inflação até a reunião do próximo mês. Um outro assunto que vamos ouvir muito é sobre o arcabouço com a reforma tributária. Alguns temas como Fundo Constitucional do DF e Fundeb devem gerar muita repercussão. Não será fácil atender todos os setores que apostam suas fichas nas mudanças em curso no Congresso Nacional. Essa trilogia sempre foi complicada: Governo, políticos e empresários tem interesses conflitantes. Uma coisa é certa. O governo está com a navalha afiada só esperando a hora.
Gostaria de falar aqui sobre um setor que passa por grandes transformações. O mercado automobilístico. Este sim, está no meio de um tiroteio e não sabe para que lado correr. O Brasil perdeu algumas plantas importantes de montadoras nos últimos ano. O mercado parou e agora com o governo Lula, muito em função dos incentivos, o mercado de carros populares ameaçou uma arrancada. Mas a onda agora é carro elétrico e a maior fabricante de veículos elétricos, Tesla, entregou um recorde de 466 mil carros em todo o mundo no segundo trimestre deste ano, superando as estimativas do mercado, enquanto o bilionário e CEO da empresa, Elon Musk, quer aumentar as vendas diminuindo os preços. A Tesla é facilmente a maior fabricante de veículos elétricos nos EUA, mas enfrenta uma nova concorrência em todo o mundo. Na China, seu segundo mercado, a empresa ficou bem atrás da BYD, que tem uma linha muito mais nova e ambições cada vez mais globais.
A BYD, marca automotiva líder na China, registrou seu melhor trimestre, vendendo 700 mil veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in. Com isso, fica claro que a Tesla enfrenta forte concorrência global de empresas com linhas mais recentes — seu veículo mais novo, o Modelo Y, estreou em 2020. A Tesla divulgará seu resultado no dia 19 de julho. Nos próximos meses, podemos ver mais reduções de preços como a da semana passada (reduziu seus modelos premium na China em mais de 4,5%). Os novos modelos que são lançados em todo o mundo estão vindo na forma híbrida ou somente na versão elétrica. Um mondo novo vai se abrir em breve.