Por Sérgio Marchetti*
Convidado
Como muitas pessoas já sabem, a visão sistêmica nos possibilita enxergar o todo. Ou seja, é a capacidade de identificar os processos, a ligação e sintonia entre eles, seus responsáveis e o funcionamento da engrenagem na realização dos trabalhos. Isso é o que faz uma organização atingir seus objetivos. Hoje, a significativa melhoria de padrões de qualidade se deve ao domínio dessa visão e de seus processos. Fatores como controle das atividades, pouquíssima aceitação de erros, análise de falhas, apontamento da incidência e reincidência do erro, indicadores, retenção de talentos, treinamento, desenvolvimento e trabalho de equipe é que fazem a diferença entre obter êxito ou fracassar.
Já falei a respeito desse tema, inclusive estabelecendo um paralelo entre empresas e times de futebol que, atualmente, são associações ou clubes-empresa. E, falando nisso, cadê o Galo que iria ser um dos grandes clubes do mundo? Não há de ser grande apresentando um futebol medíocre como tem feito nos últimos meses. Em várias partidas, inclusive recentemente contra o América, além de ter sido inferior em todos os números do scout e do excessivo erro de passes, a defesa não ganhou uma disputa no alto. Não é maneira de falar, leitores torcedores, são indicadores de que em alguns jogos, aponta-se que 100% das bolas foram ganhas pelos adversários. É possível isso?
Diante de tal constatação, devemos buscar as causas do problema. Mas, assim como na doença, somente se obterá resultado satisfatório se o paciente reconhecer que tem a enfermidade. Após conscientização e aceitação vem a análise. E, no Atlético, especificamente, desde que o Allan se contundiu, o time teve queda considerável de rendimento. Mas, “talvez por ignorância ou maldade das pior furaram os olhos do…” Galo para ele assim jogar pior. E cederam o referido jogador ao Flamengo para reforçar o adversário. E, com uma generosidade típica de um filantropo, o “Galão da massa” abriu mão de conquistar títulos, reforçando equipes como Vasco, Fluminense, Bragantino e outros. “O amor é lindo”.
Sei que há justificativas para os descartes de profissionais. A situação financeira é a mais forte delas. Então faltou planejamento, porque há dois anos ouvimos que seria um time do mundo. De qual mundo? Do quarto mundo?
O que concluímos é que houve mudança de objetivo e, por estar tão clara a dificuldade do Clube, sugerimos, aqui nestas poucas linhas, que façam uma reflexão sobre o “que” desejam conquistar e “quando”. Entretanto, não devem se esquecer de colocar o “como fazer” para chegar lá. E, considerando que os clubes se transformaram em empresas, a razão deve prevalecer sobre a emoção, mas é essencial que saibam os pontos fortes para conservá-los e potencializá-los, analisar as necessidades de melhorias urgentes e não urgentes e, imediatamente, buscarem correção para minimizar os fracassos. E, assim como na empresa, carecem de treinar o básico (dar passe, jogar para frente, saltar melhor do que o adversário, etc).
Seguindo as orientações do famoso gestor Dave Ulrich, uma organização deve trabalhar na melhoria de seus talentos. E, talento, segundo o estudioso, pode ser entendido em três palavras: competência (conhecimento, habilidade e atitude), comprometimento e contribuição.
Vamos “pra cima”, Galo!
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br