Sérgio Marchetti* / Convidado
Desde criança eu gostava de ouvir histórias. O momento melhor das minhas aulas no grupo escolar era no final, quando a professora (que não era tia) arrematava com uma história.
Confesso que viajava pelos castelos dos príncipes, pela torre de Rapunzel, entre as árvores da floresta dos sete anões, no encontro com um gato de botas, além de ouvir um minúsculo ser do tamanho de um polegar.
Daquela época até hoje, os livros ocuparam papel importante na minha vida e na minha estante. Mas, lamentavelmente, assim como milhares de outras coisas que marcaram a vida de milhões de pessoas, tiveram sua pena de morte decretada. E nesse movimento, incontáveis ambientes, culturas, etc foram vítimas das mudanças e dos aprimoramentos do mundo contemporâneo.
O que me conforta, é saber que minha geração ainda poderá contar com a leitura de livros que, mesmo sendo técnicos, foram escritos por um ser pensante que traz em seu âmago alguma forma de emoção.
Saibam, caríssimos leitores deste Blog, que a Inteligência Artificial escreve textos sensacionais em tempo recorde. E que a previsão de muitos estudiosos da tecnologia se cumpriu, apesar de tantos críticos terem dito que jamais ocorreria. E, nessa esteira rolante, não sei dizer, sinceramente, se seremos substituídos por ferramentas tecnológicas com bilhões de palavras e formações de frases. Tenho plena convicção de que a concorrência é desleal. Agora, os chatbots são os protagonistas da peça. São softwares que se comunicam e interagem com usuários por meio de mensagens automatizadas. Isso, a todo momento e sem necessidade de qualquer ajuda humana.
Utilizando a linguagem policial, a tecnologia está adentrando em nossas casas e fazendo evadir tudo que, até hoje, era uma rotina e um estilo de vida. Neste contexto, o que prevalece é a mudança e Heráclito (500 a.C. – 450 a.C.) confirma sua tese: “Tudo muda o tempo todo, e o fluxo perpétuo (movimento constante) é a principal característica da natureza”. Só não imaginava que as transformações seriam muito mais avassaladoras do que poderia prever.
Enfim, estamos diante de um novo mundo, totalmente diferente do que já se viu em toda a história deste planeta. “E nada do que foi será/ de novo do jeito que já foi um dia…”
*Sérgio Marchetti é educador, palestrante e professor. Possui licenciatura em Letras, é pós-graduado em Educação Tecnológica e em Administração de Recursos Humanos. Atua em cursos de MBA e Pós-Graduação na Fundação Dom Cabral, B.I. International e Rehagro. Realiza treinamentos para empresas de grande porte no Brasil e no exterior. www.sergiomarchetti.com.br