A decisão monocrática do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de conceder habeas corpus e anular a condenação do ex-presidente Lula da Silva, não livra o líder petista de vez da Justiça. Lula ganhará tempo no Judiciário, e pelos conhecidos trâmites, há chance de se candidatar a presidente da República ano que vem. Houve anulação dos atos processuais de quatro ações, mas não das provas obtidas pela Operação Lava Jato. Agora, a decisão de acolher ou não as provas estará com a Justiça Federal do DF. Se os processos forem retomados, há dois cenários para Lula: corre o risco de ser condenado novamente, e em primeira e ou segunda instância; ou de ter a confirmação da inocência. Até saírem as sentenças, o País ferverá no caldeirão político.
Ofuscado
Sérgio Moro fica ofuscado com a decisão de Fachin – a PGR vai recorrer e o plenário do STF ainda vai julgar o HC, mas dificilmente mudará a decisão do ministro.
Novo Moro?
Caso a Justiça do DF acolha as denúncias do MPF e as provas da Lava Jato, tudo recomeça e pode surgir um “novo Sérgio Moro” em Brasília, independentemente dos rumos do processo.
Escolta reforçada
Os quatro agentes da Polícia Federal que escoltam Lula, por lei, receberam alerta de redobrar a atenção com sua segurança nas ruas. O Instituto Lula pode pagar mais escolta.
Script pronto
No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro fala em “Meu Exército”, Ciro Gomes (PDT) volta a atacar o PT e o STF inocenta Lula e o joga na corrida eleitoral. A ex-presidente Dilma Rousseff criticou Ciro em nome do PT e do padrinho político: “É vergonhoso e lamentável. Ciro parece querer ser uma variante de Bolsonaro e, para isso, ataca a mim, a Lula e ao PT. O discurso de ódio é igual”.
Lobby da dose
Os lobistas de laboratórios que intermedeiam as vendas das vacinas junto ao Ministério da Saúde estão recebendo comissão de US$ 0,50 (perto de R$ 2,75) por cada pacote de dupla dose negociada. A dupla dose tem saído a US$ 8,75.
Festinha em casa
A despeito dos decretos de prefeituras e governos sobre lockdown, toque de recolher em horários programados ou restrição de atividades, moradores que não levam a sério o combate ao Covid-19 estão driblando as decisões políticas com estatutos defasados dos condomínios onde moram – os quais não acompanham, em muitos casos, atualização de normas e leis municipais. Virou um problema nacional e embate jurídico.
Andar de cima
Sabem o edifício residencial onde a PM encerrou festinha na cobertura com aglomeração no bairro Flamengo, no Rio de Janeiro, como citamos? É o mesmo que foi assaltado em 1999. Ladrões levaram joias valiosas dos moradores.
Escuridão
O prefeito da pequenina Guarani D’Oeste (SP) decretou o desligamento das luzes dos postes da cidade “para evitar aglomerações” no combate ao Covid-19. Mas quem mais ficou irritado, a 800 km da cidade, foi o presidente do PTB, Roberto Jefferson, partido do alcaide. O diretório nacional anunciou que não compactua com a decisão.
Vozes às médicas
A Associação Médica Brasileira criou uma plataforma exclusiva e permanente para registro de violência sofrida por profissionais da Medicina. Será num link do portal da AMB (amb.org.br/mulheresmedicas), onde poderão denunciar assédio sexual, impor-tunação, racismo, violência física ou psicológica, além de outros crimes.