Nesse mês de outubro, no dia 24, completei 66 anos de nascimento. Nasci em Araxá, cidade eterna e capital secreta do mundo. Como tem acontecido nos últimos anos são muitas coisas que surgem na minha cabeça e que movimentam o meu outubro.
Tenho um amigo de longa data, que é 99 dias mais idoso que eu, que todo dia fica me lembrando a chegada cada vez mais próxima do dia 24. A reciprocidade acontece no período anterior a 17 de julho, dia do aniversário de nascimento dele.
Algumas pessoas me perguntaram como seriam as comemorações nesse ano e quais as perspectivas que tenho desenhado para os horizontes da minha vida. As comemorações clássicas, típicas de datas anteriores, deixaram de acontecer devido à pandemia que não acabou e ao protocolo sanitário determinando o distanciamento social. Quanto ao horizonte para o ano que vem acabei por filosofar um pouco com as pessoas que me encontraram pelo telefone. Ao ser perguntado como me sinto nesse momento de mais um ciclo da vida, que começou após os 60 anos, reafirmei a física dizendo que a energia do universo é constante e se manifesta de maneiras diferentes. Assim minha reflexão passa pelas condições funcionais que tenho em meu organismo, elas não são as mesmas de quando eu estava na lira dos 20 anos. Abordei também a minha crença de que a fase em que me encontro exige mais consciência sobre a finitude da vida e que a qualquer momento o nosso espírito deixará o nosso corpo e seguirá seu rumo em direção a outro plano espiritual.
Outra pauta foi sobre com quem contar para prosseguir na caminhada. Reafirmei que sempre contei, conto e contarei com a minha família, que é a base de tudo e de todo meu amor. Também conto com os laços familiares que são cultivados e com amigos que fiz ao longo da trajetória cuja amizade permanece em função do constante polimento.
Também houve abordagens sobre condições dignas de vida, inclusive na fase idosa. A expectativa é de continuar tendo o necessário para viver de maneira simples e com qualidade. Na questão política reafirmei que não me sinto representado por nada do que está aí, mas espero que o país saia da polarização e que voltemos à prevalência de uma sociedade respeitosa e sem ódio.
Por último, o tema que registrei foi sobre o que fazer enquanto o tempo avança. Acredito que devemos lutar para não cair na condição de poliqueixoso permanente, pois isso pode ser um bom preceptor para a depressão e a melancolia. É importante ter projetos simples, mas constantes, de preferência que nos impeçam de ser “apo-sentados” nos aposentos . O que posso fazer perante as condições que tenho?
Fiquei feliz com o meu aniversário!