Uma frase que ouvimos ou mesmo falamos com muita frequência é “estou muito cansado e já não aguento mais”. Uma pergunta simples pode nos ajudar a começar a entender o fenômeno que gera esse cansaço se tentarmos responder quais são as causas que estão na sua gênese. Com certeza uma delas estará ligada ao nosso modo de vida positivista, que desafia sempre a nossa capacidade de atingir metas cada vez mais desafiadoras. É interessante a abordagem feita sobre o tema por Cesar Gaglione em seu artigo Por que vivemos na sociedade do cansaço, segundo este filósofo.
“A sociedade do século 21 não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade do desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais ‘sujeitos da obediência’. São empresários de si mesmos. (…) No lugar de proibição, mandamento ou lei, entram projeto, iniciativa e motivação. A sociedade disciplinar ainda está dominada pelo não. Sua negatividade gera loucos e delinquentes. A sociedade do desempenho, ao contrário, produz depressivos e fracassados”.
É preciso aumentar a confiabilidade dos dados
As pessoas que deixaram o achismo de lado hoje conduzem seus negócios usando um sistema de gestão, estruturado a partir fatos e dados para gerar informações, que podem se transformar em conhecimento para ser utilizado na tomada de decisões. Uma grande questão que permeia tudo isso é a qualidade dos dados desde o início do processo de captação e apuração até a sistematização final dos conteúdos formulados para o pleno uso. Mas qual é a confiabilidade que se pode ter num sistema dessa natureza em função das várias variáveis a que está submetido? Observe a abordagem de Cristina De Luca em seu artigo O maior fator de risco das empresas na era digital? A qualidade dos dados, postado em seu Blog Porta 23.
A falta de confiança nos dados paralisa as organizações, impedindo-as de tomar decisões e embarcar em projetos estratégicos. A única maneira de quebrar essa inércia é construir confiança. As organizações precisam ter um melhor entendimento de seus dados e sistemas, desenvolver uma estratégia de dados abrangente e identificar ganhos rápidos para criar confiança em dados e novos processos.
Gastos nos serviços públicos exigem mais qualidade
O Congresso Nacional prevê um déficit público de R$124 bilhões para 2020 conforme consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A recuperação da economia prosseguirá de maneira bem tímida, o que manterá em destaque o desemprego e o subemprego no país, enquanto os gastos vegetativos dos serviços públicos continuarão crescendo muito além da capacidade de arrecadação, principalmente devido à não aceitação pela população de aumento explícito da carga tributária vigente. Observar e analisar as causas fundamentais de tantos déficits e quebradeiras envolvendo a União, estados e municípios pode ajudar a colocar em evidência que muitos gastos são excessivos e outros desnecessários no que tange à mordomias, privilégios e penduricalhos, principalmente nos poderes Judiciário e Legislativo. O discurso mais fácil é propor reformas que são faladas há décadas, como a da previdência social, a tributária e a política. Nesse reformismo todo vai ficando visível que o serviço público também precisa de uma reforma. Alguns aspectos dessa questão são mostrados por José Paulo Kupfer em seu artigo Com ou sem teto de gastos, chegou a hora de reformar o serviço público, publicado pelo Portal Uol.
São 12 milhões de funcionários públicos nas três esferas federativas, o equivalente a 20% da força de trabalho formal, mas a maior pressão não vem do número de servidores, que tem se estabilizado, quando não diminuído em algumas áreas. Vem dos volumes crescentes de salários e benefícios. Da massa salarial total da economia, a fatia dos servidores públicos corresponde a nada menos de 30%.