Belo Horizonte ainda enfrenta uma série de obstáculos para tentar conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. A falta de conscientização em relação à real gravidade da doença e até mesmo o desrespeito às regras impostas na capital mineira têm levado muitas pessoas a tomarem atitudes que podem comprometer os avanços obtidos até aqui em relação à propagação da doença e até contribuírem para o agravamento do número de casos já registrados.
Basta uma simples rodada pelas ruas da capital mineira para observar pessoas fazendo o uso ou até mesmo a manipulação de máscaras de forma incorreta. Em alguns casos são colocadas sob o queixo, sobre a cabeça e até mesmo dependuradas em uma das orelhas. Da mesma forma, há um total desrespeito ao veto à prática de exercícios físicos em áreas proibidas, como na avenida dos Andradas, local onde muitas vezes sequer há o distanciamento entre as pessoas e as máscaras são colocadas em segundo plano.
Assim como nos ônibus que circulam na capital mineira, falta gel para os passageiros que utilizam também o metrô de BH. Neste último, há ainda uma aglomeração no embarque e desembarque, inclusive com muitos passageiros sem as máscaras ou fazendo o uso desta proteção de forma incorreta, o que contribui para agravar os riscos de propagação da doença.
Mesmo não tendo sido contemplados na primeira lista de estabelecimentos não essenciais que puderam retomar as atividades na última segunda-feira, vários lojistas que ainda não estão autorizados continuam também desrespeitando as regras. Nos bares em periferias da capital mineira, mesmo à meia porta, bebidas alcoólicas são vendidas deliberadamente, facilitando a aglomeração a poucos metros da porta do estabelecimento.
Todas essas atitudes, aliadas à retração no isolamento social, que caiu de 50% para 40%, já causam reflexos na retomada da economia e podem colocar por terra todo o esforço feito até agora. Na última sexta-feira, por exemplo, a PBH barrou mais uma etapa de flexibilização do comércio na capital. Portanto, não é hora de baixar a guarda. É necessário, sim, uma maior conscientização das pessoas para que consigamos passar de forma menos dramática por mais esse período turbulento, com retração da economia e cortes drásticos no mercado de trabalho. O esforço tem que ser de todos.