Presidente de um dos partidos com mais votos no Congresso Nacional e boas bancadas
em Assembleias Estaduais, o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) tornou-se o
homem mais poderoso do Governo sem ter cargo. A eminência parda do presidente Jair
Bolsonaro transita com desenvoltura no Legislativo, passa por portas palacianas sem
agendas e virou alvo de demandas diversas suprapartidárias. Emplacou um ministro no
Supremo Tribunal Federal – ele é o principal padrinho da indicação de Nunes Marques,
e comemorou abertamente no Twitter – e pode conquistar a presidência da Câmara dos
Deputados na figura de Arthur Lira, deputado de seu partido que apadrinha. É do
Progressistas uma das futuras vagas na iminente minirreforma ministerial.
Na moita
Ciro articula levar para a legenda um nome de vitrine para indicar de vice na chapa
presidencial da tentativa de reeleição de Bolsonaro, cujas tratativas já começaram.
Ser com discrição
O senador ativou o modo ‘ser sem ser visto’ e ganhou a confiança do presidente da
República. Mas é especulação qualquer menção a ele como eventual vice na chapa, por
ser alvo da Operação Lava Jato como um dos ilustres da Lista de Janot, o ex- PGR.
Nos gabinetes
A rádio Esplanada, tocada apenas entre portas de gabinetes políticos, indica que o
governador Ibaneis Rocha, do DF, pode se filiar ao Progressistas.
Pé de guerra
A corrida pelas presidências da Câmara e do Senado rachou de vez o DEM. O presidente da Câmara (DEM-RJ), Rodrigo Maia (RJ), e o presidente nacional do partido, ACM Neto (BA), estão em pé de guerra por causa dos deputados que contrariam a orientação da bancada e declaram voto em Arthur Lira (PP-AL).
Véspera
Maia esperava mais engajamento do presidente do DEM na campanha de Baleia Rossi (MDB-SP). Sem a intervenção de ACM, a maioria dos democratas ameaça, às vésperas da eleição, derrotar Maia e fechar com o bloco de Arthur Lira.
Fissura
Outra fissura no DEM envolve Rodrigo Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). Os dois não se falam desde que o STF barrou a possibilidade de reeleição no Congresso. Recente, Alcolumbre ignorou o ofício de Maia com pedido para convocação da Comissão Representativa do Congresso Nacional.
Rival
Estagnada, a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à presidência do Senado perde apoio até dentro da bancada emedebista. Pelo menos quatro – dos 15 senadores – já falam em votar no rival Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Privatizações
Para acalmar o mercado e evitar novas baixas, a equipe econômica tem posicionado a investidores que a agenda de privatizações tende a avançar no Congresso com a eleição de aliados do Planalto para os comandos da Câmara e do Senado. Wilson Ferreira deixou a presidência da Eletrobras por conta das dificuldades de desestatização da empresa.
Dever de casa
Antes de decidir o partido ao qual irá se filiar após as eleições do Congresso, o presidente Jair Bolsonaro quer saber, com detalhes, como está a atual situação em cada Estado das siglas que o convidaram. O PTB já fez o dever de casa e entregou ao presidente um “dossiê” sobre atuação e alianças do partido até em municípios.
Segunda onda
Medidas de distanciamento menos rígidas podem agravar a segunda onda de Covid-19. É o que aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): “Entre os meses de abril e dezembro de 2020, o grau de rigor das medidas de distanciamento diminuiu de 6,3 para 2,9 (-54%) – em uma escala de 0 a 10. No mesmo período, o número médio de novos óbitos aumentou de 1,0 para 3,1 por 1 milhão de habitantes”.
Fura-fila
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) propõe alterar o Código Penal para tipificar como crime a “burla à ordem de vacinação”. Pela proposta do tucano, quem furou fila pode pegar prisão de três meses a um ano, mais multa. Se o agente for autoridade ou servidor púbico, a pena pode chegar a um ano e meio.