Dados internacionais mostram que vamos ter um caminha difícil até 2024. Aqui no Brasil, o Boletim Focus, divulgado pelo Comitê de Política Monetária aponta para um cenário mais favorável. O mercado financeiro está cético em relação à capacidade do Banco Central que manteve a meta de inflação como estimada anteriormente em 3%.
A queda nas nas exportações chinesas, divulgada neste início de semana, foi a mais acentuada desde o início da pandemia de Covid-19, o que aumentou as preocupações em relação ao crescimento econômico do país. Esse sentimento negativo se espalhou, influenciando a queda nos mercados europeus e nos futuros das bolsas americanas esta semana. Além disso, as principais commodities também estão em queda, o que poderia ter impactos negativos no Brasil.
Nos Estados Unidos, a inflação continua no centro dos debates, mesmo os resultados das empresas vindo de forma mais positiva. Os resultados surpreendentemente favoráveis estão sendo impulsionados por medidas de contenção de despesas e gestão de margens, em vez de um crescimento de vendas mais robusto do que o esperado. Isso inevitavelmente causou certa volatilidade na semana passada, especialmente após a Fitch rebaixar a classificação da dívida dos EUA.
É encorajador ver que o Índice de Volatilidade, conhecido como VIX, caiu 6,2% para 16,04 na segunda-feira. Esse indicador, que mede o medo no mercado, está abaixo da média. Embora isso possa parecer um sinal de tranquilidade excessiva, é importante lembrar que os mercados muitas vezes se recuperam em momentos de declínio e baixa volatilidade, exatamente como estamos vivenciando agora. No entanto, é possível que a calmaria do mercado seja agitada um pouco mais até o final desta semana, principalmente devido aos dados de inflação que serão divulgados. Especialmente se esses números forem desconfortavelmente elevados, isso poderia desencadear movimentos mais pronunciados por parte do Federal Reserve.
Por aqui, muitos especialistas já consideram a possibilidade de um Banco Central mais flexível, possivelmente liderado por Gabriel Galípolo, que poderia realizar cortes de taxas de juros mais profundos do que o esperado em um segundo momento. O governo já está trabalhando nos critérios para futuras mudanças no BC, das quais estão previstas pelo menos mais duas até o final do ano. Nesse ínterim, o comunicado de hoje poderá trazer o otimismo que a decisão da semana passada tinha potencial para trazer, mas não concretizou. Especificamente, a forma como o Banco Central percebe os riscos fiscais no momento atual ficará mais evidente (além disso, na quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, prestará depoimento ao Senado), principalmente em relação à implementação do novo arcabouço fiscal.