ABUSOU, PERDEU

O juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da finada “lava jato” no Rio de Janeiro, perdeu carro blindado e segurança pessoal por se expor. A decisão é do corregedor da Justiça Federal, Luis Felipe Salomão, que também é vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça.

Para ter acesso às medidas de segurança, Bretas assinou um termo em que se comprometeu a não se expor. Porém, ele vinha publicando, em suas redes sociais, fotos em estádios de futebol, academia e palestras.

A decisão de Salomão foi baseada em parecer da Polícia Federal, que concluiu que o risco à segurança de Bretas era baixo, já que ele está afastado de suas funções desde fevereiro de 2023, por decisão do Conselho Nacional de Justiça.

 Em nota publicada em suas redes sociais, Marcelo Bretas disse que “não é verdade que apenas agora a Justiça Federal tenha deixado de cuidar da minha segurança pessoal”. “Desde 04/11/24 o TRF-2 entendeu ser a mesma desnecessária”.

“Por fim, observo que o vazamento irresponsável dessa informação, que deveria ser sigilosa, é apenas mais uma tentativa de fustigar um Juiz que ousou exercer com independência a sua função.”

Legado lavajatista

Marcelo Bretas foi afastado da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro em fevereiro de 2023, por decisão do Conselho Nacional de Justiça. Ele é alvo de três reclamações disciplinares que tramitam em sigilo.

Um dos pedidos foi feito pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, com base em reportagem da revista Veja, segundo a qual Bretas negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público. A publicação se baseou em delação do advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho.

Os procedimentos contra o juiz estão na fase final, mas só serão julgados em 2025.

 

ConJur