Faltam apenas 2 dias para as eleições municipais de 6 de outubro. Como sempre, a minha expectativa é pelo voto consciente de todos os eleitores, mas ainda existe uma distância entre o ideal e o real. Digamos ser isso o que temos para o momento.

Muitos foram os temas abordados de diferentes maneiras pelos partidos, coligações e federações nas campanhas de seus candidatos a prefeito e vereadores.

Por aqui ainda não houve cadeiradas nem assessor de candidato levando murro no rosto que resultou em descolamento da retina de um dos olhos. Chamou a atenção a cobrança pela frequência de deputados às reuniões plenárias e de comissões temáticas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que valeu para candidatos e não-candidatos neste pleito.

É atraente a gestão de um orçamento municipal em torno de R$ 22,6 bilhões para o próximo ano. Assim, estão na disputa 1 senador, 2 deputados federais, 2 deputados estaduais, 1 vereador e 1 prefeito que começou o mandato como vice.

Como as pessoas moram é nos municípios, prevaleceu a discussão e a falação sobre os muitos problemas locais e de algumas propostas de soluções. Claro que é mais fácil falar sobre “o que fazer”, do que “como fazer” diante dos recursos existentes.

Assim mobilidade urbana, a trilogia educação, saúde e segurança pública, moradores em situação de rua (em torno de 13.000) estiveram e precisam continuar na pauta da cidade, mas acompanhados por outros temas como o mapa acústico (nível de barulhos), a qualidade do ar e a adaptação da cidade ao novo clima prevalente. Nesse momento, estamos passando pela 8ª onda de calor desse ano.

Quanto aos debates dos candidatos a prefeito, nos diversos veículos de comunicação, quero destacar o debate da Rádio Itatiaia, ocorrido em primeiro de outubro, quando num dos blocos os candidatos tiveram que responder perguntas gravadas, feitas diretamente pelo povo, sem terem o conhecimento prévio do tema perguntado. Cada candidato teve que mostrar o seu Índice de Viração Própria-IVP diante do inesperado.

Vale refletir também sobre a poluição visual e a sujeira deixada pelos baldes de concreto com as bandeiras de candidatos tremulando nas principais esquinas de ruas e avenidas.

Também merecem a atenção a quantidade de reclamações sobre propagandas eleitorais irregulares, as substantivas doações financeiras de algumas pessoas físicas e algumas vozes que ainda se levantam contra a Ficha Limpa.

Como diversos setores da sociedade tentam se fazer representados, inclusive com bancadas temáticas, é importante observar a crescente movimentação do crime organizado para se infiltrar no aparato do Estado.

Enfim, vamos às urnas eletrônicas e a ansiosa expectativa pelos resultados que elas nos entregarão, sabedores de que as mídias digitais não param de abordar temas de todas as naturezas, inclusive o voto útil. Não nos esqueçamos do inaceitável Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões, que a propaganda eleitoral “gratuita” no rádio e na Tv é paga pelos contribuintes ao ser deduzida dos impostos devidos pelas emissoras e que a abstenção no dia da votação (em torno de 20% nos últimos pleitos) raramente é medida pelos institutos que fazem pesquisas eleitorais.

Essas são as minhas considerações finais. Que venha o segundo turno para definição sobre quem será o prefeito do Município de Belo Horizonte.