“O melhor da festa é esperar por ela”, escreveu Saint-Exupéry em 1943, no seu livro “O Pequeno Príncipe”, que se tornou um clássico da literatura.
Agora que já passaram as festas de Natal e Ano Novo, pelas quais tanto esperamos, é preciso colocar o ano em movimento a partir de algumas expectativas. Vou citar aqui uma pequena porção delas, para que caibam no espaço disponível e na paciência do leitor.
É importante lembrar que, segundo o dicionário Houaiss, expectativa é “situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência, em determinado momento”. Mas vale sempre lembrar que se a expectativa for muito maior do que a realidade, ela terá boas chances de não se viabilizar e ainda trará sofrimento e frustração.
Nesse sentido, torna-se fundamental a gestão da ansiedade diante do momento social de pouquíssima paciência para se construir algo ao longo dos processos formados por um conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos.
Espero também que a inflação se mantenha em patamares na faixa de 3,9% a 4,5% no encerramento do ano, que a economia cresça entre 1,7% e 2,3% no mesmo período e que a taxa básica de juros – Selic do Banco Central feche o ano entre 9% e 9,5%.
Quanto à Reforma Tributária, a que foi possível até agora, espero que as regulamentações saiam do papel em tempo hábil. Basta a lembrança da Constituição de 1988, que levou tanto tempo para ser regulamentada e, se não me engano, ainda faltam coisas a serem definidas, como a taxa máxima de juros anuais, por exemplo.
É importante também manter a esperança de que a tão defasada tabela do imposto de renda seja corrigida efetivamente no âmbito da Reforma Tributária, que não pode se limitar à simplificação da arrecadação de tributos.
Mesmo com a expectativa de continuar tendo boas condições funcionais, fica a preocupação sobre o tamanho do aumento do preço do plano de saúde que tem sido sempre muito acima da inflação anual e dos reajustes salariais obtidos.
Como este é um ano eleitoral, tenho a expectativa que a sociedade estará em 6 de outubro mais polarizada do que hoje e com a utilização intensa das fake news e da inteligência artificial no processo eleitoral. O poder é o que todos querem, a começar pelos municípios, que é o local onde as pessoas moram. A prevalência da civilização, do respeito e da verdade são desejos permanentes.
Também fico na expectativa de que o ano continuará marcado por crescentes eventos climáticos extremos e que a nós restará apenas uma adaptação ao já real aquecimento global, principalmente diante da ausência de metas e respectivas medidas para frear o avanço do Efeito Estufa.
Por outro lado, são premissas permanentes uma melhor distribuição de renda no país, trabalho digno para todos, o fim da insegurança alimentar – Fome Zero – e moradia digna para quem está em situação de rua.
Que alcancemos a justiça social e a paz!
*Luis Borges é araxaense, Engenheiro Mecânico formado pela UFMG, professor universitário na graduação e pós-graduação, especialista em Gestão Estratégica de Negócios e Mentor. Seu blog é www.observacaoeanalise.com.br