Essa semana eu resolvi falar sobre “moeda”. A semana começou e eu ouvi as pessoas falando em moeda em três situações diferentes. Ao sair de casa um garoto perguntou se eu tinha uma moeda para dar para ele. Na padaria deparei com dois rapazes falando em viajar para o exterior buscando uma forma de comprar moeda estrangeira mais em conta. E no noticiário da TV um economista analisando a queda do valor da moeda de alguns países. Ai eu me perguntei: Mas, o que é moeda? Como que as pessoas entendem essa palavra que surgiu com o comércio na idade média?
Bom, sabemos que Moeda é um meio de troca pelo qual são efetuadas transações monetárias. Um ativo financeiro com valor confiável que serve como forma imediata de solver débitos ou adquirir produtos e serviços, com aceitabilidade geral e disponibilidade imediata. Ela também confere ao seu titular o direito de saque. Como todos sabemos existem diferentes definições de moeda. Pode ser dinheiro que constitui as notas, geralmente em papel. Moeda como uma peça metálica. Moeda no sentido amplo, o dinheiro em circulação à nível nacional. Moeda como tudo aquilo que é geralmente aceito em troca de bens e serviços... etc.
Geralmente, a moeda é emitida e controlada por um órgão centralizado, como o governo de um país, que é o único que pode fixar e controlar seu valor. O dinheiro está associado a transações de baixo valor, a moeda aqui tratada, tem definição mais abrangente, já que engloba o dinheiro e o valor depositado em contas correntes. Enfim, todos nós sabemos o que é moeda e passamos a vida correndo atrás dela.
Bom, cada país tem a sua moeda. E cada moeda tem um valor diferente. Valor este lastreado pela economia. Podemos entender o lastro como sendo as riquezas de um país. Moeda forte, país desenvolvido, país rico. Temos como as três principais moedas hoje a Libra, o Euro e o Dólar. O comercio mundial, geralmente utiliza o dólar nas transações internacionais. E é sempre importante ficar atendo a valorização ou desvalorização da moeda de um país, ainda mais nesse mundo globalizado que criamos. Esta semana a moeda de três países se desvalorizaram levando uma certa preocupação ao mundo financeiro.
O rublo russo, o yuan chinês e o peso argentino experimentaram fortes declínios ao longo do mês de agosto. O rublo atingiu seu nível mais baixo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, refletindo o isolamento crescente da economia russa do cenário global. Enquanto isso, o yuan chinês se aproximou do mínimo histórico estabelecido em outubro passado, à medida que a economia chinesa luta para se recuperar e retomar o crescimento. No caso do governo argentino, este reduziu intencionalmente o valor do peso em cerca de 18% para antecipar-se à contínua depreciação.
Recentemente, os bancos centrais da Rússia e da Argentina aumentaram as taxas de juros na tentativa de conter a queda de suas moedas em relação ao dólar. O desequilíbrio comercial desfavorece tanto a China quanto a Rússia, enfraquecendo suas moedas em escala global. O cenário atual é caracterizado pela redução de encomendas de produtos russos e chineses por empresas, uma vez que governos ocidentais intensificam as sanções econômicas.
Uma vez que a confiança é perdida, reconquistá-la se torna uma tarefa árdua. Basta observar o exemplo da Argentina, onde há décadas o governo luta contra a desvalorização do peso. Os argentinos trocam seus pesos por dólares americanos em mercados paralelos e gastam rapidamente todos os pesos disponíveis para evitar a desvalorização, o que por sua vez acelera ainda mais a queda da moeda. A falta de confiança no peso é tão pronunciada que um dos candidatos à presidência propõe adotar o dólar americano como a principal moeda do país. Embora essa solução seja questionável, ela parece representar um cenário que poderemos enfrentar no futuro.
Muita gente aqui no Brasil gosta de vigiar o valor do dólar para programar as suas viagens. Dólar barato é pé na estrada rumos aos EUA ou qualquer outro país do mundo. No momento o brasileiro está adorando visitar nossos Hermanos argentinos. O peso é sempre um convite para desfrutar da boa carne e dos excelentes vinhos argentinos.