O Brasil é um país racista, mas não aceita o racismo. Esta situação demonstra de forma cabal o quanto vivemos em uma sociedade preconceituosa em relação à população negra. Podemos observar que não existe representatividade de negros e negras em posições de destaques, tanto na vida pública, quanto na iniciativa privada em nosso país.

Esse preconceito contra a população negra no Brasil fica evidente nos comercias da TVs brasileiras. Tudo que é veiculado através da mídia televisiva é direcionado para os consumidores brancos. Esta é a forma mais positiva de mostrarmos que os negros não estão dentro de um mercado de conusumo elevado, o que mostra o quanto eles estão excluídos, e não fazem parte de uma sociedade que consome bens e artigos de luxo produzidos para a elite branca do Brasil.

Toda essa visão evidencia o quanto a população negra é colocada em segundo plano para um mercado que expões seus produtos para uma população branca privilegiada. Na questão educacional temos também uma forte demonstração do poderio dos brancos sobre os negros em face de uma política de segregação, onde fica evidente a ocupação da maioria branca nas escolas particulares e faculdades, além claro, nas universidades federais.

Isto tudo implica em melhores condições de ocupação no mercado de trabalho, onde em sua maioria os melhores cargos ficam destinados aos brancos oriundos de escolas e universidades pagas onde o ensino é de melhor qualidade. Para os negros sobram os serviços que não exigem formação intelectual. Dessa forma fica demonstrado o quanto o Brasil tem uma política econômica direcionada para um público, que pode consumir produtos que estão disponíveis para o setor da sociedade que privilegia a população branca.

Essa questão racista no Brasil também é muito forte no plano da segurança pública. É público e notório que existe uma grande diferença numa abordagem policial entre uma pessoa branca e uma negra. Partimos do pressuposto que o negro é um potencial suspeito em qualquer situação, principalmente numa situação que envolve pessoas que não tenham a cor da pele negra.

O Brasil tem hoje, no sistema prisional, uma população carcerária de quase 800 mil presos. Em sua maioria são pessoas negras, mulatos e pardos que se amontoam em penitenciárias e presídios, que estão muito longe de serem ambientes para quem está cumprindo penas por ter violado as leis do país. Esses homens e mulheres superlotam um sistema falido, onde o Estado não tem o menor interesse que cumpram suas penas e retornem para o convívio em sociedade, e que sejam inseridos no mercado de trabalho.

Essas pessoas são originárias das classes mais baixas da sociedade, onde o direito a uma escola pública de qualidade lhes foi negado, além da falta de formação técnica e profissional , impedindo que tenham a oportunidade de competir em igualdade de condições com os que foram mais bem preparados para enfrentar o mercado de trabalho.


Esse tipo de exclusão social determina como as classes menos favorecidas, tem no seu perfil econômico uma discrepância muito distante entre ser negro e branco nesse Brasil. Os negros estão nas favelas, comunidades e periferias deste país tão excludente com uma população que sofre preconceito. E é vítima de um racismo estrutural que não é admitido por parte dos governantes e parte da população branca.

Os negros são vítimas da violência estatal proporcionada por parte de seus agentes públicos. Atualmente no Rio de Janeiro estão desaparecidas três crianças negras e faveladas. Não vimos manifestações por parte da mídia e autoridades públicas em relação ao sumiço dessas crianças. Por outro lado, várias crianças negras foram mortas pelas chamadas ‘balas perdidas’; isto não comove a sociedade branca e elitista, pois, não foram suas crianças vítimas dessa barbaridade.


Assim caminha este país que tem na sua origem uma sociedade miscigenada, mas racista. A cor da pele para os brancos é uma identidade e um escudo. Para os negros, a cor da pele é uma forma de conviver com as injustiças e o perigo que os ronda. Isto é Brasil!