Julho chegou e com ele mais um mês de férias para os ministros do Supremo Tribunal Federal. Passaram-se 5 meses do término das férias de janeiro, que sucederam o recesso forense de 20 a 31 de dezembro como prevê a Lei. Enquanto isso, quase 100 mil processos se arrastam nos gabinetes de suas excelências, sendo que alguns deles já se aproximam dos 20 anos de tramitação na casa que zela pelo cumprimento da Constituição Brasileira. Rapidez nas decisões e produtividade parecem estar cada vez mais longe das prioridades.
Meta de inflação para 2021
Depois da greve dos caminhoneiros o Boletim Focus, do Banco Central, está projetando em 4% o índice de inflação de 2018 medido pelo IPCA do IBGE, embora a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional seja de 4,5%. Também pudera. A recessão econômica foi muito forte e a recuperação está extremamente lenta, bem aquém do sonhado crescimento de 3% do PIB anunciado no início do ano.
Agora o CMN fixou a meta de inflação para 2021 em 3,75% ao ano, ante 4% em 2020 e 4,25% em 2019. Vamos ver o que o próximo Presidente da República conseguirá fazer para equilibrar as contas públicas diante das heranças que receberá advindas dos gastos sempre crescentes, do aumento do déficit público e do pequeno crescimento econômico. Para o setor público só está sobrando tomar a decisão de cortar na própria carne, pois afinal de contas não dá para aumentar os impostos ainda mais, mesmo em início de mandato.
Obras paralisadas
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção encomendou à consultoria InterB um estudo sobre o Impacto Econômico e Social das Obras Públicas no Brasil. O levantamento mostra que existem cerca de 7 mil obras paralisadas no âmbito do Governo Federal e que seriam necessários R$76 bilhões para serem concluídas. Diante da crise econômica e da falta de investimentos o trabalho mostra que a saída mais provável será o puro e simples abandono de boa parte das obras que estão inacabadas.
Quando se olha para obras de responsabilidade dos estados e municípios verifica-se que as informações são escassas e incompletas, mas estima-se que as obras paralisadas necessitariam de R$68 bilhões para serem concluídas. Nesse sentido a União, estados e municípios precisam de R$144 bilhões para retomar suas obras paralisadas. Quais são as causas de mais esse provável desperdício dos recursos financeiros públicos? É sempre mais do mesmo.
Planos de saúde empresariais
Os planos de saúde da modalidade empresarial representam 67% do mercado brasileiro e devem ter um aumento médio de preços de 19% em 2018, ante 17% no ano passado. Segundo as operadoras entre as causas para tamanho aumento estão introdução de novas tecnologias, envelhecimento da população e uso excessivo do convênio médico. Além disso, ainda existe a sempre ciosa atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar, medindo a inflação da saúde com um método de cálculo que tem recebido questionamentos nessa temporada de aumentos de preços. Basta verificar as idas e vindas para se estabelecer o aumento de preços dos planos individuais, que acabou ficando em 10%. Pelo visto os planos continuarão a perder clientes, pois haja renda para que as pessoas consigam acompanhar esses grandes saltos nos preços enquanto o desemprego campeia.