Já estamos no oitavo dia do mandato do Presidente da República e dos governadores dos estados e do Distrito Federal eleitos em outubro do ano passado. Ficaram para trás as campanhas eleitorais no verdadeiro “vale tudo” pelo poder. Também já ficou para trás o período de transição entre mandatos. Mesmo que muitos ainda continuem no palanque eleitoral, esquecidos de que o jogo já começou enquanto muitos são os problemas crônicos que precisam ser resolvidos, é grande a expectativa pelo atingimento dos resultados esperados. Mas o tempo é finito e não existe espaço para desculpas, pois quem herda os cargos também herda os encargos.
Nesse sentido é fundamental que os eleitos trabalhem com um método de gestão pela liderança e não pelo comando, lastreado apenas em hierarquia e disciplina. Partindo da premissa de que gerenciar é resolver problemas, atingir metas e entregar resultados positivos torna-se essencial pensar sobre o método, o caminho, o passo-a-passo, a sequência que será usada para se solucionar os problemas – que são muitos. E se são muitos, quais devem ser os critérios para definir as prioridades para começar a busca de soluções levando-se em conta a gravidade, a urgência e os recursos finitos disponíveis?
Um método para a análise e solução de problemas deve partir da premissa de que o trabalho deve ser feito fundamentado em fatos e dados. É preciso lembrar que não existe substituto para o conhecimento e que a constância de propósitos é determinante. Nada de bravatas e desejos insustentáveis perante a realidade objetiva.
O primeiro passo do método de solução de problemas é a identificação do problema a partir dos fatos e dados que demonstram a sua efetiva existência. A identificação clara de um problema pode ser considerada como sendo até a metade de sua solução.
O método deve prosseguir com a fase de observação do que gera esse fenômeno (o problema). É o momento de levantar as mais diversas informações advindas dos fatos e dados, abordados sob diversos ângulos. Na sequência chega-se à fase de análise, que é determinante para a definição das causas que geram o problema, inclusive a causa fundamental.
Só após essas três fases – identificação do problema, observação e análise – é que se torna possível a elaboração de um plano de ação contendo as condições estratégicas, necessárias e suficientes para atingir a meta estabelecida para a solução do problema. A meta estabelecida deve ser sempre desafiadora e nunca maluca, inatingível.
Na sequência vem o momento da implementação das medidas propostas, da verificação da sua efetividade para atingir os resultados esperados e para padronização da solução proposta.
Quando os novos governantes completarem 100 dias em seus mandatos teremos uma boa oportunidade para avaliar os resultados alcançados. Espero que não seja “na bistunta”, pelo mero acaso, mas sim pelo uso do método que a boa gestão exige. Uma boa medida desse nível de resultados poderá vir de uma pesquisa de satisfação da população feita de maneira adequada por instituições de notória credibilidade.