Diante do pífio e irreversível desempenho do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, partidos do chamado “Centrão”, seus aliados, começam a prospectar apoio aos concorrentes do eventual segundo turno das eleições. Ao selar a aliança com DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, em julho, o tucano apostou todas as fichas na alavancagem nas pesquisas. A estratégia não deu certo. Alckmin estacionou no patamar dos 6%. Hoje, a aposta de caciques das legendas do Centrão é de um segundo turno com disputa “acirrada” entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).


Vitaminado
Com exceção do DEM, os demais partidos estão mais propensos a apoiar o pupilo-poste do ex-presidente Lula, que manda na campanha direto da cadeia.

Fisiologia
Mas o Centrão com o PT pode causar efeito contra Haddad –que ocorreu com Alckmin: o eleitor identifica os partidos com o esquemão que reinou nos últimos governos.

Cadê ele?
O PSDB escondeu FHC na campanha de Alckmin. Causa estranheza na praça o silêncio ensurdecedor do outrora bem avaliado ex-presidente nesta disputa.

PT X Ciro
A coordenação da campanha de Fernando Haddad (PT) já discute temas que podem ser explorados em um provável acirramento da disputa com Ciro Gomes (PDT) nos próximos dias. Pelo cenário, ambos estão no páreo para disputar eventual 2º turno com Bolsonaro (PSL). Enquanto Ciro ensaia tom de conciliação das “esquerdas”, o PT mantém distância e aposta no crescimento isolado de Haddad nas pesquisas.

Camaleão
O troca-troca de legendas por Ciro ao longo da carreira política é um dos assuntos que podem ser usados pelo PT na ofensiva. Antes do PDT, Ciro passou pelo PMDB, hoje MDB de Michel Temer, fundou o PSDB e se desfilou depois pelo PPS, PSB e PROS.

Nunca antes
O plano de Lula, além de deixar a prisão em 2018: Haddad presidente, Dilma presidente do Senado, Gleisi presidente da Câmara Federal, já contando com Toffoli no STF.

Suspeita eleitoral
A reportagem do Fantástico sobre a fraude nos benefícios do INSS para idosos abonados e com alto patrimônio receberem o auxílio de investigação do órgão, da Polícia Federal e da Secretaria da Presidência. Curiosidade: a maioria dos benefícios foi aprovada em 2010, pelo Governo de Lula da Silva, durante a campanha eleitoral. Investiga-se a suspeita de uso político-eleitoral da fraude.

Dados cruzados
O decreto que põe ordem foi alterado em 2018 e agora, em setembro, houve portaria do ministro do Desenvolvimento Social e do presidente do INSS para fazer o pente-fino nos pagamentos. Foram cruzados CPFs dos segurados com a base da receita e outros órgãos do Governo para selecionar os que têm patrimônio e outras fontes de renda. A malha grossa já pegou muitos ricos falsos pobres.

Carta do cárcere
O ex-governador Sérgio Cabral, preso há quase dois anos e condenado por variados crimes, escreveu uma carta para o filho deputado federal Marco Antônio, que tenta a reeleição, para divulgá-la. Reconheceu que cometeu erros, diz que paga por erros de outros, mas que o filho não pode ser culpado por sua conduta.

‘Iluminado’
Eduardo Paes é um político iluminado. Foi salvo duas vezes em momentos cruciais da vida pública. Quando Cabral, então governador, levou o então ofuscado deputado federal do PSDB para o PMDB, e o ajudou a se eleger prefeito. Agora, com o MDB em baixa, foi Rodrigo Maia (DEM), em alta, quem filiou Paes ao seu partido. O ex-prefeito lidera as pesquisas para o Governo.

Sois rei
Rodrigo Maia é o homem mais poderoso de Brasília. Com o presidente Temer em baixa, é ele quem reúne ministros para cafés da manhã na residência oficial.

Desemprego
Mais de 5 milhões de brasileiros estão há mais de um ano em busca de emprego. A população ocupada sem carteira assinada no setor privado e os profissionais por conta própria aumentaram, respectivamente, 3,4% e 2,1% no último trimestre. A população ocupada com carteira assinada no setor privado recuou 1,1%. Os dados constam no relatório de setembro da Instituição Fiscal Independente do Senado.

Esplanadeira

O Instituto Igarapé está entre as três entidades da sociedade civil convidadas para compor o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, do Governo Federal.