Um prédio de 24 andares situado no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, pegou fogo na madrugada do dia 1º de maio e, uma hora depois, desabou integralmente. Ele pertencia à Secretaria do Patrimônio da União Federal, que tentava cedê-lo à Prefeitura de São Paulo. Até então tinha os dez primeiros andares ocupados em precaríssimas condições por famílias e indivíduos sem teto, organizados por um dos movimentos sociais que atuam em busca de uma moradia digna para se viver. Diante da tragédia humana exposta é interessante observar as explicações dadas pelas autoridades públicas responsáveis pela gestão do Estado cujas ações, omissões e descompromisso são causas importantes da tragédia. É o que mostra Raquel Landim no artigo O empurra-empurra que fez desabar o prédio em São Paulo, publicado pela Folha de São Paulo.
“Até admito que a vida do gestor público não é fácil. São muitos os problemas a resolver e o orçamento é curto e engessado por despesas que já não fazem o menor sentido, mas são defendidas a todo custo pelos lobbies. Mas o ponto principal é que, se prefeitos, governadores e o Planalto utilizassem metade do tempo que dedicam para cuidar da sua imagem para efetivamente governar, a história do Brasil seria diferente. Quando acontece uma tragédia, não é hora de jogar a culpa nos outros, mas de assumir as suas faltas para evitar que aquilo ocorra novamente”.
Nem tudo que reluz é ouro
Cresce o debate sobre as fake news – notícias falsas veiculadas principalmente nas mídias digitais e que são rápida e ansiosamente reproduzidas sem o menor questionamento por parte de muitos que as recebem. Entender o mecanismo que sustenta esse sistema nos diversos nichos da vida humana pode nos ajudar a ter uma observação e análise mais críticas em relação a tudo que se tenta vender como uma verdade inquestionável. Dá até para imaginar como será isso nas próximas eleições brasileiras. Um caso ilustrativo de interferência no mercado a partir de um personagem criado pode ser lido no artigo Jornal descobre que especialista frequentemente ouvido pela imprensa americana não existe, publicado pelo blog Novo em Folha.
O site agora exibe o pedido de desculpas em sua página principal, lamentando por ter “omitido que Drew Cloud era um nome que representava um grupo de pessoas” e por não ter revelado aos veículos que os dois portais eram da mesma empresa.
Eu quero tudo!
Certa vez presenciei uma cena num shopping center em que uma menina de 10 anos sapateava na frente de seus pais dizendo em alto e bom som que “eu quero tudo!”. Os pais olhavam perplexos para o espetáculo da filha enquanto as pessoas que transitavam pelo andar tinham variadas reações diante da cena. Pensei logo na falta de limites da menina e também na incapacidade de seus pais para estabelecer esses limites na relação com a filha. O tema é abordado por Gabriela Ingrid no artigo Seu filho manda em você? Saiba o que é a ‘Síndrome do Imperador’, publicado pelo blog Viva Bem.
“Nossos avós não tinham o menor problema em frustrar os filhos, mas agora, com uma sociedade imediatista, que precisa ter tudo e que vê uma felicidade deturpada nas redes sociais, os adultos não conseguem dizer não às crianças, como se isso fosse garantir a felicidade do filho”.