O IBGE divulgou na quinta, 1º de março, que o Produto Interno Bruto do Brasil encerrou o ano de 2017 com crescimento de 1%. É bom lembrar que os economistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central no inicio de janeiro de 2017 projetavam crescimento de 0,5%.
Se lembrarmos que a recessão econômica teve inicio no segundo semestre de 2014 e tecnicamente findou no segundo trimestre de 2017 podemos verificar que as comparações são feitas com uma base fraca. É como se o PIB de 2014 estivesse a 100 metros de altura, teve duas quedas simples consecutivas de 3,5 metros em 2015 e 2016 que lhe deixaram numa altura de 93 metros. Agora em 2017 aconteceu uma subida de 1 metro e a altura passou a ser de 94 metros. Essencialmente não dá para ter euforia. E mesmo com um crescimento estimado de 3% a 3,5% para 2018 ainda estaremos distantes do que era a economia antes da recessão. Quem sabe estaremos recuperados lá para 2022?
O lucro dos bancos em 2017
Estamos em plena temporada de divulgação do lucro líquido dos bancos em 2017, ano em que a inflação brasileira ficou em 2,95% segundo o IPCA do IBGE. Entre os grandes bancos o destaque foi o Itaú, que lucrou R$24,87 bilhões, seguido pelo Bradesco, com R$19,024 bilhões, o Banco do Brasil, com R$11,1 bilhões, e o Santander com R$9,95 bilhões. A Caixa Econômica Federal ainda não divulgou seu resultado, que está estimado entre R$11,8 e R$12,1 bilhões. Na comparação com o ano de 2016 o crescimento do lucro desses cinco maiores bancos variou de 10,5% a 12%. Vale lembrar que esses cinco bancos respondem por aproximadamente 80% das operações do mercado financeiro. Ai de quem precisar de crédito com eles, pois lá os juros continuam nas alturas – empréstimos pessoais com juros médios de 122% ao ano – enquanto a Selic do Banco Central está em 6,75% ao ano.
O filão das tarifas bancárias
A cobrança de tarifas para a prestação de serviços bancários é um filão, uma mina de ouro, principalmente para os grandes bancos. Segundo o Banco Central em 2017 a receita com tarifas bancárias para os 5 maiores bancos – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander – chegou a R$105 bilhões, o que significou um crescimento de 9,7% na comparação com 2016. Só o Banco do Brasil levou R$25 bilhões. Dá até para imaginar o quanto os clientes perdem ao não negociar tarifas com os gerentes de suas contas e também ao não conferir os lançamentos indevidos em seus extratos bancários. É por isso que muitas pessoas sequer percebem com o que estão gastando seu valioso dinheiro e ainda aumentam a sensação de que só precisam ganhar mais. O que ainda não sabem é que a gestão financeira também faz muita falta.
Imposto de renda 2018
A falação sobre a declaração anual do imposto de renda da pessoa física 2018/ano base 2017 já está a pleno vapor nos jornais, emissoras de rádio e TV desde a última semana de fevereiro. Será duro aguentar tanta repetição das mesmas informações e alertas até a primeira semana de maio com a divulgação dos números finais sobre a movimentação dos contribuintes. Mas o pior de tudo mesmo é que a tabela do imposto não foi corrigida mais uma vez e sua defasagem em relação à inflação já chega a 88,4% tendo como base o IPCA acumulado dos últimos 10 anos. Assim fica fácil entender porque a Receita Federal espera receber 28,8 milhões de declarações apesar de todos os males decorrentes da recessão econômica e a frágil retomada da economia em 2017.