O ano passou muito rápido em conjuntura de crise política, econômica, social, greve de caminhoneiros, Copa do Mundo de futebol, eleições para os poderes executivo e legislativo, fake news, aumento de 16,4% no salário dos ministros do STF, efeito cascata desse aumento a ser repassado para outros servidores públicos conforme direitos adquiridos…
Agora, para fechar o ano, chegou pela tradição da Igreja Católica o Advento, tempo em que as pessoas se preparam para a chegada do Natal nos quatro domingos que o antecedem. Diz uma frase popular que “o melhor da festa é esperar por ela”. Mas nessa altura da vida de cristãos e não cristãos que oportunidades ainda podem ser enxergadas por aqueles que pensam que é preciso modificar o modo de ser e agir para melhorar o que precisa ser melhorado? Os significados trazidos pelo Natal ainda são os mesmos ou eles precisam de ressignificados em função dos tempos contemporâneos que exigem constantes reposicionamentos diante das velozes mudanças?
Até quando as pessoas que se dizem civilizadas perderão a oportunidade de reavaliar as suas atitudes e posicionamentos dominados pela intolerância, raiva e ódio?
Relembrando Vinícius de Moraes em sua música Samba da benção:
“A vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida”.
O que e como fazer pelo reencontro, por exemplo, das famílias que estão rachadas e afastadas por diversas causas, embora geralmente exista uma que é a principal? E dos estragos causados pela confraternização que deixou sequelas no ano anterior, tanto no local de trabalho, no grupo de amigos da quadra de futebol ou na polarização das últimas eleições?
O que depende de mudanças em cada um de nós precisa ser percebido pela consciência e virar ação pela inteligência. Mas a mudança depende do querer e da vontade de agir de cada um de nós para, a partir daí, começar a se irradiar pelo ambiente com o devido respeito e cooperação nos processos que permeiam o associativismo entre as pessoas.