Pelo quarto ano consecutivo está acontecendo o “Setembro Amarelo”, uma campanha que se iniciou em 2015 lançada pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria. O objetivo principal da campanha é conscientizar as pessoas sobre a prevenção do suicídio por meio de alertas à população sobre esta prática no Brasil e no mundo. Essas organizações defendem que a melhor forma de prevenir o suicídio é o diálogo e a discussão sobre as causas que geram o problema, o que pode contribuir para a definição adequada das principais medidas a serem tomadas em busca de uma solução para cada caso.
Melhor seria que o tema tivesse a mesma visibilidade que tem durante o “Setembro Amarelo” nos meses seguintes. Mas como toda campanha tem um tempo finito, o jeito é seguir pelejando com os meios disponíveis até se chegar novamente à maior visibilidade na campanha do próximo ano. Infelizmente até lá nos restará persistir no propósito de mostrar em todas as mídias que a não divulgação da ocorrência dos casos de suicídios pouco contribui para a solução desse problema de saúde pública. Mesmo diante do sofrimento, da dor e do luto das pessoas vale lembrar que os fatos não deixam de existir só porque são ignorados e que admitir que um problema existe já é 50% de sua solução.
Uma face triste da invisibilidade do tema “suicídio” é que temos dificuldades de perceber os sinais de alerta dados por quem pensa em tirar a própria vida. Em muitos casos, só identificamos os sinais depois que a morte acontece. O Ministério da Saúde divulgou novos dados sobre o suicídio e também um guia com sinais de alerta para amigos e familiares. Vale a leitura do material.
Outro aspecto que chama atenção é quando se levanta o número de pessoas que são afetadas pelo suicídio de alguém. Existem pesquisas mostrando que esse número em geral varia de 9 a 140 ao se considerar família, parentes, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e irmãos de fé. Muitas terão que lidar com a culpa por não terem percebido os alertas…
Se observarmos as várias possibilidades de causas e maneiras que podem levar alguém à morte – e geralmente todas com algum potencial de publicação em determinadas mídias, inclusive nas redes sociais digitais – não dá mais para esconder o suicídio. Ainda mais quando, de repente, somos confrontados por ele, quando às vezes acontece nas grandes cidades, ou ficamos sabendo de um suicídio de um amigo ou familiar.
Aproveite o “Setembro Amarelo” para se informar mais sobre o tema. E, não custa lembrar, estar disponível para amigos, familiares e nutrir boas conversas e amizades pode dar confiança e abrir caminhos para que os outros nos peçam ajuda. Ou para nos ajudarem, se for o caso.