Sem mencionar uma palavra sobre a i-mobilidade nossa de cada dia, o debate entre candidatos ao governo de Minas Gerais vem confirmar entre outras coisas um fosso entre as demandas do povo e o mundo que eles, seus assessores e os marqueteiros de sempre vivem. Um mundo que não é o real. Gravitando entre os temas saúde e educação, de forma superficial, eles demonstraram o quanto desconhecem o cotidiano das cidades, que é onde as pessoas vivem.
Teve de tudo, menos o que realmente interessa: projetos que façam Minas crescer, gerar emprego, renda e ter dinheiro para investir em mobilidade, infraestrutura, transporte publico de qualidade etc. Não faltaram cenas pitorescas em que as palavras saúde e educação foram confundidas. Discursos e cobranças inflamadas, acusações mutuas, deboche explícito e pouquíssima prova de domínio dos temas emergenciais.
O desrespeito, a falta de objetividade foram as marcas dos debates até aqui. Temas que afetam a vida de milhões de pessoas diariamente em cidades mineiras, como habitação, transporte, formas de sobrevivência em um mercado de trabalho excludente, se quer foram debatidos. Minas enfrenta a maior crise financeira da sua história, sem dinheiro para pagar servidores, e o discurso raso não muda, impera as acusações improdutivas.
A questão hídrica não foi lembrada. Furnas e Três Marias estão com seus níveis de armazenamento de água abaixo do recomendável colocando em risco a segurança energética do estado, e nem uma palavra sobre alternativas de geração de energia. Correndo um atrás do outro como num pátio de colégio na hora do recreio, os candidatos deram um espetáculo patético de desconhecimento e amadorismo face aos desafios que estão por vir.
Se a culpa é dos marqueteiros, como lembrou um deles acusando o outro de ser mentiroso, deveriam rever conceitos e melhorar o nível, o eleitor não é tão desinformado como pensam. Acredite, teve candidato dizendo que vai conversar com o povo para saber quais são as prioridades. Não saber quais são as prioridades do estado que pretende governar a essa altura do campeonato é falta grave.
Um deles disse que esta tudo maravilhoso e que dará continuidade ao que vem sendo feito nos últimos 4 anos. Em que mundo ele vive? Palavras ao vento, falácias, encheção de linguiça foram as marcas, mostrando que o modelo eleitoral faliu, já não consegue selecionar os melhores cidadãos para o exercício da política.
*José Aparecido Ribeiro
Jornalista
Blogueiro nos portais: uai.com.brosnovosinconfidentes.com.br
Colunista nas Revistas Minas em Cena, Mercado Comum e Exclusive
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