Depois do caos instalado após o incêndio que consumiu algo em torno de 90% do acervo do Museu Nacional, quais serão os próximos passos? Assumir os erros e omissões das dezenas de órgãos de diferentes instâncias e níveis hierárquicos envolvidos com a gestão do patrimônio histórico ou melhorar a gestão para remover as causas que levaram ao resultado indesejável que surpreendeu a todos? Vale também, dentre tantos casos que estão vindo à tona, conhecer e agir sobre os riscos que envolvem a segurança da cidade histórica de Ouro Preto(MG) que é patrimônio da humanidade, ou saber como estão as mesmas condições de segurança do museu Dona Beija em Araxá(MG), simplesmente interditado há quase 6 anos após um início de incêndio que quase consumiu os aposentos da bela dama.
Se exemplos não faltam, será que o país conseguirá despiorar o seu desempenho nesse quesito? Será que os programas dos candidatos à Presidência da República ou governadores dos estados fazem alusão explícita a esse problema brasileiro?
I.R. continuará sem correção
O Projeto de Lei Orçamentária Anual que o Ministério do Planejamento enviou ao Congresso Nacional não prevê correção para a tabela do Imposto de Renda retido na fonte no ano de 2019. Aliás, a correção integral deixou de ser feita desde 2016 e, se somarmos o que não foi corrigido em anos anteriores, veremos que as perdas para a inflação chegarão a quase 96% em dezembro próximo. Essa é uma boa maneira de aumentar impostos sem assumir explicitamente que isso está sendo feito. E tudo tem ficado por isso mesmo. Assim só fica isento do imposto de renda na fonte apenas quem tem renda líquida até R$1.903,98. É o que ainda temos para hoje.
Alienação eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral informou que 147,3 milhões de eleitores estão aptos a votar nas eleições de 7 de outubro. Lembrando que para quem tem idade entre 16 e 18 anos ou acima de 70 o voto é opcional. Mas quantos serão os eleitores que se absterão de comparecer às urnas, mesmo sendo o voto obrigatório para quem tem entre 18 e 70 anos, e quantos votarão nulo ou branco? Essas três variáveis formam a taxa de alienação eleitoral, cuja projeção sinaliza que ela continuará crescendo como vem ocorrendo desde as eleições de 1994. Uma das causas é o aumento da descrença dos eleitores com os políticos e seus partidos. A conferir.
Fraudes e desperdícios em planos de saúde
Um estudo feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar estima que, em 2017, as fraudes e desperdícios corresponderam a R$27,8 bilhões, ou seja 19,1% dos R$145,4 bilhões de despesas assistenciais feitas pelos planos de saúde.
As estimativas do estudo mostram que de 12% a 18% das contas hospitalares apresentam itens indevidos e que de 25% a 40% dos exames laboratoriais são desnecessários. O estudo também mostra que, no caso do setor privado, as práticas abusivas envolvem a falta de necessidade ou o excesso de determinados tratamentos, exames e procedimentos, além de fraudes na comercialização de medicamentos e dispositivos médicos entre outros.
É obvio que o maior ônus de tudo isso sobra para os contratantes dos planos de saúde empresariais ou individuais que, ano após ano, são obrigados a arcar com aumentos que chegam a superar os 20% mesmo diante da inflação anual medida pelo IPCA registrar índices de 6,29% em 2016 e 2,95% em 2017, ano usado como referência para o estudo do IESS.
Altos índices de desemprego e perda de poder aquisitivo obrigam os clientes a abandonar os planos de saúde conforme mostram os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Bom para as clínicas populares, que continuam a crescer.