O presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus aliados no Congresso Nacional aproveitaram a operação da Polícia Federal que prendeu o ex-presidente Michel Temer para mandar um recado à base, à oposição e aos independentes na Câmara Federal sobre o início da tramitação da Reforma da Previdência: isso foi resultado da velha política. Em almoço com a equipe da Coluna, o líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO) cravou que, a despeito das críticas de ser novato, Bolsonaro o escolheu por confiança no perfil e porque não vai aceitar qualquer barganha de deputados por benesses no Governo em troca de votos para a Reforma.
Vai passar
O líder garante que a reforma passará sem negociatas, diferente de governos anteriores. Também garante que o projeto dos militares é uma questão de justiça e equanimidade.
Defesa da classe
Vitor Hugo lembrou que os militares perderam benefícios em governos anteriores, e a reestruturação de carreira apresentada no projeto atende às expectativas do Governo no que tange à economia a médio prazo.
PF x PF
A prisão do ex-presidente Michel Temer era a de maior risco, daí a PF convocou o COT-Comando de Operações Táticas, a SWAT brasileira, diante de risco de confronto com os agentes federais que fazem escolta do chefão. Não houve. Mas teve bate boca.
Delegacia do STF
O STF virou Polícia também. O consórcio capitaneado pelos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moares atua contra críticos da Corte: O STF abre inquérito, escolhe delegados, expede mandados, ordena apreensões e, não se descarta, daqui a pouco prisões. Falta criar seu serviço secreto. Se já não o tiver.
Quem foi?
A cúpula do STF, que gosta de vigiar críticos, é a mesma cuja Segurança não descobriu até hoje quem instalou escuta ambiental no gabinete do ministro Joaquim Barbosa. O grampo, desativado, foi descoberto em varredura debaixo da mesa do sucessor, ministro Luís Roberto Barroso, conforme revelou a Coluna três anos atrás.
Toga quente
O curioso dessa operação de buscas pela PF expedida pelo STF ontem é que sai às vésperas do depoimento do ex-governador Sérgio Cabral e da homologação da delação da esposa Adriana Ancelmo, que podem entregar gente graúda do judiciário. O que se comenta que até bancas de advogados e parente de togados deve entrar na lista.
Guedes = Maia
Prestem atenção no presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia. Ele ecoa o que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não pode falar. Amigo de décadas de Maia e do pai dele, o também economista Cesar, Guedes está chateado com o texto da reforma dos militares. A economia prevista envolvendo com a Previdência da turma caiu de R$ 90 bilhões para R$ 10 bilhões em 10 anos.
Dirceu & Bolsonaro
No churrasco que comemorou seus 73 anos, sábado passado, numa chácara no Lago Norte em Brasília, José Dirceu disse para os mais de 100 amigos que o visitaram na festa, Dirceu disse que “a esquerda tem que rever suas posições e entender melhor porque Bolsonaro venceu as eleições”.
É festa!
Aliás, condenado na Lava Jato, em liberdade por liminar do ministro Dias Toffoli, do STF, Dirceu curte a liberdade. Sua festa começou às 13h e acabou às 23h. Ele ganhou de amigos do PSOL uma placa de ‘Rua Marielle Franco’, no modelo usado pela prefeitura do Rio na cidade. E tirou muitas selfies.
Visto e Cia
Líder do PSOL, o deputado Ivan Valente (SP) protocolou requerimento na Presidência da Câmara pedindo explicações sobre decisões de Bolsonaro em Washington. Questiona o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o que o presidente foi fazer na CIA, central de espionagem dos EUA, e quais foram as condições exigidas em troca do fim da exigência de visto para que turistas americanos entrem no Brasil.
Êpa, êpa
A Plural, sindicato que reúne as principais distribuidoras de combustíveis do País, arranjou desculpa para frear o esforço da Agência Nacional de Petróleo (ANP) de tornar a divulgação de preços praticados no setor mais transparente. Em audiência pública na quarta-feira, representantes do sindicato disseram estar preocupados com o vazamento de supostas informações comerciais que seriam sigilosas. A assessoria da Plural não respondeu até o fechamento.
Enquanto isso..
..o consumidor continua sem saber o porquê de pagar caro na hora de abastecer.