A febre amarela está, com destaque, entre as preocupações do cotidiano das pessoas e das autoridades governamentais atordoadas com a volta da doença que era considerada controlada. As abordagens feitas pelas diversas mídias destacam a desinformação, os descuidos em áreas de risco, os sintomas da doença, a dose única integral da vacina ou seu fracionamento, os postos públicos ou privados com vacinas disponíveis ou não, o cartão com registro da vacina e as justificativas governamentais diante do despreparo para enfrentar rapidamente o surto.

Enquanto pouco se fala sobre as formas de evitar o mosquito transmissor do vírus, um bom destaque tem sido dado às atualizações das estatísticas – sempre crescentes – com o número de pessoas mortas ou casos de suspeitas de contaminação em análise nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Como também é importante olhar para trás, para o passado, para melhor compreender o presente e enxergar possíveis soluções para o futuro, registro aqui algumas datas marcantes da presença da febre amarela no Brasil a partir de 1685, segundo a Wikipédia.

A primeira referência à febre amarela no Brasil data de 1685, com a ocorrência de surto no Recife, em Olinda, na Ilha de Itamaracá e em Goiana na Capitania de Pernambuco. O vírus da febre amarela e o Aedes aegypti vieram juntos da África, nos navios negreiros. Tempos depois atingiu a população de Salvador, onde causou cerca de 900 mortes durante os seis anos em que ali esteve. A febre amarela foi reintroduzida em 1849 (primeira grande epidemia ocorrida na capital do Império, o Rio de Janeiro), quando um navio americano chegou a Salvador procedente de Nova Orleans e Havana, infectando os portos e se espalhando por todo o litoral do Brasil.

Uma grande epidemia de febre amarela matou mais de 3% da população da cidade brasileira de Campinas no verão do ano de 1889. Adolfo Lutz, em suas reminiscências sobre a febre amarela, calculou em três quartos a população que deixou Campinas em direção a outras cidades, fugindo da febre amarela.

Em 1895, o navio italiano Lombardia foi acometido de febre amarela ao visitar a cidade do Rio de Janeiro, onde quase não existia esgoto e a infraestrutura sanitária era extremamente precária.

Outras datas:

· 1902 – Sorocaba (SP), foi realizado o 1.º Combate ao vetor da doença, sob a orientação de Emílio Ribas.

· 1903 – Oswaldo Cruz, iniciou a Campanha contra a febre amarela no Rio de Janeiro.

· 1928 – A doença reaparece no Rio de Janeiro, causando 436 mortes. Iniciada, a nível nacional, campanha contra a febre amarela, resultado do contrato assinado com a Fundação Rockefeller.

· 1940 – Foi criado, no Brasil, o “Serviço Nacional de Febre Amarela”.

· 1957 – Após ampla campanha de combate ao Aedes aegypti, essa espécie foi declarada erradicada do Brasil, na XV Conferência Sanitária Pan-americana.